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Uma analista tributária da Receita Federal no ABC paulista é a pessoa investigada pela suspeita de ter quebrado o sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, segundo informou nesta quarta-feira (21) o Sindicato Nacional da Carreira Auditoria da Receita Federal do Brasil (Sindireceita).

O vice-presidente do sindicato, João Jacques, afirma que a servidora entrou em contato com dirigentes sindicais nesta quarta a fim de pedir ajuda para se defender. Segundo ele, a versão da analista é a de que não se lembra de ter feito o acesso, que, de acordo com Jean Jacques, teria acontecido em outubro do ano passado.

A assessoria da Receita Federal em Brasília não confirmou que a mulher apontada pelo Sindireceita é a servidora investigada. De acordo com a assessoria, o processo é sigiloso. O corregedor-geral Antonio Carlos Costa d´Avila Carvalho afirmou anteriormente, segundo a assessoria da Receita, que as investigações indicam que houve um acesso aos dados fiscais de Eduardo Jorge. Na semana passada, Carvalho afirmou que pretende encerrar a investigação em 60 dias.

A Delegacia da Receita Federal em Santo André informou que a servidora mencionada pelo Sindireceita é uma analista tributária lotada na agência de Mauá, onde exerceu o cargo de chefe da unidade, mas não confirmou se ela é investigada pelo vazamento dos dados fiscais de Eduardo Jorge. A delegacia informou que ela foi exonerada do cargo de chefe da agência de Mauá, mas não especificou a data nem o motivo. Ainda segundo a delegacia, desde o dia 12 ela está em férias, que teriam sido marcadas no ano passado.

O G1 não conseguiu entrar em contato com a servidora pelo telefone. A reportagem esteve em Mauá, no endereço que consta na lista telefônica como sendo da analista tributária, mas o morador que atendeu disse não conhecer a servidora.

A investigação da Receita tem o objetivo de determinar se um funcionário acessou os dados do vice-presidente do PSDB de forma "imotivada", ou seja, sem ter relação com o trabalho. Para a Receita, esse tipo de acesso pode ter culminado com a divulgação pela imprensa de dados sigilosos do tucano.

O presidente do Sindireceita, Helio Bernardes, disse que conversou com a servidora nesta tarde. Para Bernardes, ela pode estar sendo usada. "A minha avaliação é de que está se achando um bode expiatório para essa história", afirmou.

Segundo o vice-presidente do sindicato, João Jacques, a servidora trabalha em uma área em que fazer acessos a dados sigilosos é "corriqueiro" e, portanto, não haveria nenhuma "estranheza" com o fato de ela não se lembrar do caso.

O dirigente diz acreditar que a Receita deve investigar se houve falha de segurança ou roubo da senha da servidora. Ele levanta ainda a hipótese de que outras pessoas que fizeram acessos "motivados" possam ser os verdadeiros responsáveis pela quebra do sigilo.

"Alguém pode ter roubado a senha dela, mas também outras pessoas que tiveram acesso a esses dados podem ter feito a violação. O que se quer investigar não é um acesso imotivado, mas a quebra de sigilo fiscal de um contribuinte. Esta quebra pode ter sido feito por qualquer pessoa e não somente aquela identificada", afirmou Jacques.

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