Os envolvidos
Já réus em ações na Justiça Federal, agora o Ministério Público Estadual pede à 2ª Vara da Fazenda Pública a condenação por improbidade administrativa dos seguintes acusados:
Dinocarme Aparecido Lima, presidente do CiapElzia Vergínia, vice-presidenteJosé Ancioto Neto, contador do CiapFernando José Mesquita, advogado do CiapVergínia Aparecida Mariani, esposa de Dinocarme, diretora do CiapSergio Ricardo de Lima, filho de DinocarmeJuan Carlos Monastério de Mattos Dias, consultor e lobista do CiapValmir Arruda Leite, administrador de empresas Laura Martinelli, gerente administrativa do CiapAntonio José Vieira Neto, engenheiro agrônomoSaid Yusuf Abu Lawi, controlador geral de despesas do Ciap
A reportagem não conseguiu contato com os advogados do Ciap.
Dinheiro que deveria ter sido aplicado no combate à dengue em Londrina pelo Centro Integrado de Atendimento Profissional (Ciap), Oscip investigada por desvios de verba na Operação Antissepsia, teria sido usado para a compra de terras, títulos públicos e aplicações em contas pessoais de diretores da entidade que prestou serviços da saúde em Londrina entre 2004 e 2010. A acusação é a base da ação civil pública protocolada nesta sexta-feira (23) pela Promotoria do Patrimônio Público de Londrina. Em 2011, a cidade sofreu a pior epidemia da doença da história.
Na ação, a Promotoria requer a devolução de R$ 1.877.504,76 de recursos da Prefeitura que, segundo investigações da Polícia Federal, não tiveram aplicação devida de acordo com o contrato para prestar serviços de combate à dengue em Londrina.
A promotora Sandra Regina Koch afirma que o contrato para o combate a endemias foi aditivado pelo menos dez vezes em preço e prazo, tendo começado em 2004 e se encerrado apenas em 2010. No começo, o Ciap recebia parcelas mensais de R$ 167 mil para contratar agentes de combate ao mosquito, mas após os aditivos as parcelas mensais já chegavam a R$ 350 mil quando a última conta foi paga em fevereiro de 2010. No total, o Ciap recebeu mais de R$ 12,8 milhões apenas da Prefeitura de Londrina por serviços que nunca funcionaram da forma adequada, expondo a cidade de forma permanente a epidemias de dengue.
O coordenador de endemias da Secretaria de Saúde,, Elson Belisário, detalhaou em depoimento, ainda segundo a ação, que os quadros de funcionários para combate à dengue nunca estavam completos durante a gestão do Ciap.
Embora a Controladoria Geral da União (CGU) tenha comprovado pagamentos de planilhas sempre cheias, como se as equipes estivessem completas para a realização do combate à dengue, o coordenador atestou que "da quantidade de pessoas que deveriam existir havia sempre menos" e que os problemas na contratação de agentes da dengue "gerava dificuldades no cumprimento das metas impostas pelo Ministério da Saúde".
Segundo o coordenador, durante todo o contrato, entre 2004 e 2010, "o Ciap enviava alguns funcionários, mas não a quantia necessária e que fazia parte do projeto". Atualmente, Londrina enfrenta crise semelhante: até agora, a Secretaria de Saúde só conta com 171 agentes contratados enquanto o determinado seria de pelo menos 265, segundo o Ministério.
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