Após quase dez horas de reunião, a comissão executiva da Rede Sustentabilidade decidiu que não aceitará convite para integrar a executiva nacional do PSB.
O convite havia sido feito pela cúpula do partido na semana passada, mas, em vez disso, o movimento político liderado pela ex-senadora Marina Silva (AC) referendou a indicação de cinco pessoas que vão agir como interlocutoras com o PSB.
"A decisão da comissão nacional provisória é que nenhum membro da Rede, mesmo aqueles que se filiaram ao PSB, irá participar da instância nacional quanto das instâncias estaduais. Essa interlocução foi um gesto supergeneroso do PSB. Acho que é importante para caracterizar a coligação, manter a identidade da Rede", disse Bazileu Margarido, coordenador-executivo da Rede.
Para compor essa comissão, foram escolhidos, além de Marina, os coordenadores da Rede Cássio Martinho, Bazileu Margarido, Pedro Ivo e Martiniano Cavalcanti. A ideia é que eles iniciem discussões de um programa para a coligação ao estabelecer uma "articulação política Rede-PSB" e acompanhar os desdobramentos dessa coligação nos Estados.
Também foi decidido na reunião de hoje que a Rede vai retomar processo de revalidação das assinaturas indeferidas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que foram decisivas para que o partido não fosse oficializado a tempo das eleições do ano que vem. O movimento político também pretende começar a estruturar diretórios estaduais e avançar na revisão programática de seu estatuto.
Datafolha
Integrantes da comissão executiva da Rede minimizaram resultado da pesquisa Datafolha divulgada hoje, que mostra que os votos declarados a Marina, a mais competitiva adversária da presidente Dilma Rousseff, irão para a petista, caso ela não dispute as eleições como cabeça de chapa no ano que vem.
"Primeiro que é uma pesquisa realizada com muito pouco tempo com a divulgação do fato, portanto é uma pesquisa que reflete parcialmente os desdobramentos do que ocorreu", disse Margarido.
"Nós tivemos uma divisão entre os três candidatos. Foi um resultado positivo em que o Eduardo Campos sai de 8% para 15% [das intenções de voto]. Acho que podemos considerar como aspecto positivo nesse primeiro momento, sabendo que isso ainda vai se desdobrar, se discutir as consequências dessa coligação."
Marina não quis dar entrevista. Convidada por jornalistas a responder perguntas, disse: "Já dei todas as entrevistas do mundo para vocês nesta semana. Vocês só querem saber dos encaminhamentos [para candidatura]".
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