Em um discurso emocionado para cerca de 500 sindicalistas que lotaram o auditório do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta segunda-feira à noite, que prefere voltar para sua casa, em São Bernardo do Campo, a disputar a reeleição sem que seu governo tenha aprovação popular.

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- Não estou discutindo reeleição. Para mim reeleição não é minha paixão. Essa coisa a gente não quer, a gente constrói. Em algum momento vamos ter uma conversa séria, vamos bater aqui números, mostrar o que aconteceu na área de saúde, de educação, com toda a transparência. O que nós fizemos em três anos. Para quê? Para que o povo perceba se deve ou não continuar. Porque continuar... se depender de mim e da Marisa nós vamos continuar morando no nosso apartamentozinho, que é pertinho daqui - afirmou.

Lula defendeu a política do governo para a platéia, composta por ex-colaboradores do sindicato e amigos.

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- A cada atitude que vamos tomar temos que saber o tamanho do adversário. As pessoas falam: você não pode fazer aliança com qualquer um. Mas meu Deus do céu, se eu tivesse a totalidade das pessoas que eu gostaria de ter não precisaria fazer aliança. Aliança você só faz porque precisa dos números. Você tem 10 e precisa arrumar mais 10 - disse.

O presidente também fez uma autocrítica sobre a derrota do PT na eleição de Severino Cavalcanti (PP-PE) para a presidência da Câmara, em fevereiro. Segundo o presidente, o governo não pode vacilar nas disputas políticas.

- Este é um jogo que tem que ser compreendido por nós porque é o exercício da democracia na sua plenitude. E quando a gente vacila, a gente perde. E vocês estão lembrados. Em fevereiro nós perdemos a presidência da Câmara. Por quê? Porque nós, e quando digo nós não estou culpando nenhum adversário, mas nós fizemos o jogo errado. Muitas vezes brigamos muito internamente- disse o presidente.