São Paulo (Folhapress) – Na maior consulta popular da história do país, 122 milhões de eleitores devem comparecer hoje às urnas para dizer sim ou não à seguinte questão: "O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?" De um lado, defensores do "não" (opção 1) argumentaram que o veto a esse comércio cerceará direitos individuais. Do outro, o bloco do "sim" (opção 2) alega que a medida levará à redução das mortes por armas de fogo.

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Nos 20 dias de campanha no rádio e na TV, os favoráveis ao comércio de armas e munição viraram o jogo: segundo pesquisa Datafolha feita nas últimas quinta e sexta, o "não" tem 57% dos votos válidos, e o "sim", 43%. A eleição de hoje termina com uma disputa que ocupou 20 dias de programação gratuita de rádio e televisão, opôs duas frentes parlamentares e dividiu opiniões de brasileiros e estrangeiros que se manifestaram sobre o tema. Mais do que isso, serviu para o "não", que defende a manutenção do comércio de armas de fogo e munição no país, passar à frente do "sim", segundo pesquisas.

No período da campanha gratuita, o grupo do "sim" – representado pela frente parlamentar Por um Brasil sem Armas – viu sua vantagem nas pesquisas despencar até ser ultrapassado pelos favoráveis ao "não" – os defensores da manutenção do comércio são liderados pela frente parlamentar Pelo Direito da Legítima Defesa. Em pesquisa Datafolha divulgada em 1.º de agosto, 80% dos entrevistados se disseram favoráveis à proibição. Na pesquisa Datafolha divulgada ontem, porém, o "não" liderava com 57%, contra 43% para o "sim".

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A própria utilização de um referendo para definir sobre a proibição do comércio de armas de fogo foi questionada. Críticos da medida afirmam que temas como o aborto ou a pena de morte teriam sido mais adequados e que os gastos com o referendo não justificam sua realização.

Independentemente do resultado do referendo de hoje – que deverá ser divulgado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até as 23h – os outros 36 artigos do Estatuto do Desarmamento, aprovado em dezembro de 2003, permanecerão em vigor. Assim, o registro de armas de fogo permanecerá com severas restrições e o porte de armas proibido, via de regra, para civis. Hoje também é o último dia da campanha de entrega voluntária de armas de fogo.

Confira mais informações no site especial sobre o referendo