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Os 1.436 metros da pista auxiliar de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, começaram a ser reformados sem problemas a partir das 5h30 desta terça-feira (27). Até às 7h30, a situação esteve tranqüila no aeroporto. Exceto três chegadas - com atrasos de uma hora em média, segundo tabela da Infraero -, os demais vôos estavam com seus horários confirmados.

A pista auxiliar só será reaberta para pousos e decolagens em um prazo que pode variar entre e três e quatro meses. O início das obras altera a rotina do aeroporto, um dos mais movimentados do país, que passou a operar apenas com uma pista.

Com isso, a situação do tráfego aéreo na capital paulista pode piorar, pois os temporais típicos da estação de início de ano podem provocar, além de atrasos em índices superiores aos ocorridos ultimamente, interdição completa do complexo ou até um colapso no sistema.

Sinalização

A primeira medida adotada na manhã desta terça foi iniciar, na pista, um sistema de sinalização para mostrar aos pilotos que o corredor auxiliar está interditado, embora a Agência Nacional Aviação Civil (Anac) tenha informado aos profissionais da área através de um comunicado interno.

Durante o dia, a sinalização de advertência foi feita com um desenho de um "xis" para marcar a interdição do corredor. As lâmpadas de balizamento noturno também começaram a ser retiradas. A próxima etapa do cronograma de obras prevê um estudo da topografia da pista e cadastramento dos possíveis problemas.

"Devemos fazer a fresagem (retirada do asfalto) da pista na quarta (28) ou na quinta-feira (1º), dependendo da chuva", disse o superintendente da regional sudeste da Infraero, Edgard Brandão Júnior.

Congonhas tem, nas contas da Anac, média de 650 pousos e decolagens diários. Durante os reparos na pista auxiliar, pelo menos cem vôos serão redirecionados para Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Em situações emergenciais, os vôos também serão transferidos para Viracopos, na região de Campinas, a 95 km da capital paulista.

A reforma na pista auxiliar de Congonhas, que recebe os aviões de menor porte, é obrigatória, especialmente nos procedimentos de pousos das aeronaves em dias de chuva. Com o asfalto envelhecido e gasto, o corredor tem sido interditado toda vez que a lâmina de água supera o limite de segurança de 3 mm.

Drenagem

O custo da obra deverá ficar em R$ 11 milhões. O primeiro passo é retirar o asfalto atual para a reforma da estrutura mais profunda. Depois de reparada a base do pavimento, a pista ganhará uma camada especial de cola que será asfaltada em seguida. Por último, o novo piso terá pequenas ranhuras para garantir a drenagem da água em dias de chuva, evitando assim, no futuro, que os aviões derrapem mesmo sobre o piso molhado.

Estima-se que as obras durem pelo menos 90 dias. Não está descartada, porém, a hipótese de a reforma ir além e ser concluída em 120 dias. Apenas depois de finalizadas é que devem ser iniciadas as reformas na pista principal, com 1.939 metros, a um custo de R$ 17 milhões. Todo processo será repetido.

Horário

Por conta das obras, Congonhas passa a funcionar entre 5h30 e 0h30. O novo horário foi acordado em Audiência Pública, realizada no dia 10 de janeiro, pela Anac.

Em conseqüência das alterações, as empresas aéreas adaptaram seus horários de vôos. BRA, TAM, Oceanair, Pantanal, Gol e Varig apresentaram uma nova grade de pousos e decolagens, com um total de 129 vôos alterados.

Vôos fretados

Por determinação da Anac, os vôos fretados por companhias de turismo ('charter') estão proibidos de pousar ou decolar do aeroporto. As empresas que prestam serviços de táxi aéreo também sofreram restrições e só poderão usar a pista com horário marcado.

Com as medidas, a Anac espera reduzir de 48 para 37 vôos por hora no aeroporto. A Anac promete ainda monitorar as operações das empresas aéreas para garantir que os usuários sejam comunicados sobre alterações de horários.

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