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Brasília (AE) – Registros telefônicos revelam pelo menos 399 telefonemas trocados entre doleiros e números do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, do sócio dele, Cristiano Paz, e da agência dos dois, a SMPB, nos últimos cinco anos. Haroldo Bicalho e Paulo Roberto Grapiúna, dois dos doleiros que trocavam ligações, chegaram a ser presos em agosto do ano passado pela Polícia Federal na Operação Farol da Colina, que desbaratou um esquema de remessas ilegais de recursos para o exterior.

Os dados estão em poder da CPI dos Correios, que investiga o braço do esquema do mensalão com operações de lavagem de dinheiro e envio de dinheiro para paraísos fiscais. Segundo técnicos da comissão, as ligações reforçam as evidências de operações entre o valerioduto e doleiros conhecidos do mercado.

Haroldo Bicalho e Jader Kalid Antônio -– outro dos doleiros que trocavam ligações com a SMPB e Cristiano Paz – são considerados peças-chave na investigação sobre o pagamento de caixa 2 em paraísos fiscais. O Ministério Público e a Polícia Federal já receberam informações de que contas controladas por Kalid abasteceram contas de empresas do publicitário Duda Mendonça no exterior.

O doleiro com maior número de telefonemas registrados é Haroldo Bicalho. A CPI descobriu que ele fez ou recebeu pelo menos 248 ligações com Cristiano Paz, Marcos Valério e a SMPB.

Apesar de Bicalho jurar que não o conhece, Valério ligou pelo menos quatro vezes em 2002 para o doleiro. De números da SMPB, Bicalho recebeu pelo menos 85 ligações. Em 2001, foram 44 minutos de conversas.

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