Os 310 hóspedes do Hotel Nacional de Brasília foram pegos de surpresa neste sábado (1). Avisados por uma nota colocada embaixo da porta, tiveram de deixar o hotel de manhã cedo. O Grupo Canhedo, que administra o hotel, divulgou nota afirmando que a decisão judicial foi cassada no final da manhã deste sábado. Assim, os hóspedes já podem voltar ao prédio.
Atores que estão participando do Festival Cena Contemporânea foram acordados com a notícia. Eles foram transferidos para um outro hotel. "Foi terrível, constrangedor. Muita gente achou que era pegadinha", conta o ator Geraldo Moura da Silva.
O ex-deputado federal Gonzaga Motta morava no hotel há cinco meses. Ele também teve de sair. "Veio uma ordem judicial pra desocupar o hotel e eu vou ter que sair. Aliás, todo mundo", queixou-se o ex-parlamentar.
A ordem veio da Justiça. A empresa dona do prédio onde funciona o Hotel Nacional ganhou a reintegração de posse. Desde junho de 2004, o Grupo Canhedo, que arrenda o imóvel e administra o hotel, não paga pela utilização. A dívida se acumula. O valor mensal é de R$ 1,2 milhão. O grupo Canhedo é do empresário Wagner Canhedo, que foi dono da Companhia Aérea Vasp.
"É um desrespeito com os hóspedes. A forma esdrúxula, com recadinho embaixo da porta... Nenhum hotel pode fazer isso", afirma o secretário do PSB, Francisco Lopes.
Hotel tradicional
O Hotel Nacional já foi considerado um dos mais importantes estabelecimentos da cidade. Tradicional por hospedar atores e participantes do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, um dos mais importantes do país.
O gerente Mauro Jucá não quis falar pelo Grupo Canhedo. Mas ele diz que também não sabia da decisão. "Eu, particularmente, não sabia. Só fui informado hoje", defende-se o gerente do hotel, Mauro Jucá.
Segundo o Procon, a empresa do Grupo Canhedo deve se responsabilizar pelos hóspedes despejados. Caso isso não aconteça, os hóspedes devem guardar documentos, como comprovantes de pagamento, para entrar com uma ação judicial por danos morais e materiais contra a empresa.
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