O senador Demóstenes Torres (DEM-GO), relator da CPI do Apagão Aéreo, anunciou que apresentará em breve o seu segundo relatório parcial. O texto, de 250 páginas, apontará entre as causas do apagão que os aeroportos vêm enfrentando "a falta de competência do Ministério da Defesa, o excesso de autorizações de linhas aéreas (especialmente em Brasília e São Paulo), a falta de aeroportos, o boicote dos controladores", entre outros motivos.

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A sessão para a leitura do segundo relatório estava marcada para esta terça-feira, mas teve que ser adiada porque o presidente da CPI, Tião Viana (PT-AC), participa de uma reunião da Mesa do Senado, que vai decidir sobre o processo contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

O relatório pedirá ainda uma perícia internacional a ser feita pela Organização de Aviação Civil Internacional (Oaci) nos equipamentos de controle de vôo brasileiros. Demóstenes acredita que não há motivo para alarme em relação a esses equipamentos, mas defendeu a necessidade de mais investimentos na modernização e na manutenção do setor.

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Em entrevista à Rádio do Moreno, o ex-presidente da Infraero Carlos Wilson disse que a infra-estrutura aeroportuária brasileira não suporta o número de passageiros que voam todo ano no país. E criticou o monopólio das companhias aéreas.

Comandante diz que acidente mudou postura de controladores

Na CPI da Câmara, o comandante do Cindacta 4, de Manaus, coronel-aviador Eduardo Antonio Carcavallo Filho, disse em depoimento que, antes do acidente da Gol, os controladores de tráfego aéreo trabalhavam acima da carga normal, que é de 14 vôos por dupla. Segundo ele, desde a tragédia entre o Boeing e o Legacy, há um sentimento de preocupação e eles não aceitam mais trabalhar fora dos padrões.

- Mudou a postura dos controladores. Era situação normal haver mais de 14 tráfegos na região de controle de uma dupla de controladores. A prática de um controle maior era cotidiana e aceita pelo controlador. Agora a postura é preocupação. Qualquer flexibilidade dessas regras é vista como um potencial problema - disse Carcavallo.

O comandante negou que as operações dos controladores que acabam deixando o tráfego aéreo mais lento sejam greves:

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- Não existe greve, o que existe é uma preocupação do que pode acontecer em função de eles já terem sido indiciados. Há um zelo maior - disse.

O comandante do Cindacta 3, de Recife, coronel-aviador José Alves Candez Neto, também confirmou que há um cuidado maior dos controladores e que depois do acidente aumentou o número de relatórios de perigos, que são elaborados pelos controladores sempre que há algum problema.