Após forte pressão, o relator da CPI do Cachoeira, Odair Cunha (PT-MG), modificou o relatório apresentado na semana passada e desistiu de pedir o indiciamento de jornalistas e a investigação do procurador-geral da República, por suposta omissão em relação a operação Vegas, da Policia Federal, que deu origem à CPI.
Cunha foi pressionado pela cúpula petista e por aliados na comissão parlamentar a retirar essas partes do seu relatório porque havia indiciado jornalistas que sequer foram ouvidos pela CPI e pedido a investigação de Roberto Gurgel num gesto que foi interpretado como vingança do PT contra o procurador que apresentou a denúncia para o julgamento do mensalão.
Apesar de ceder às pressões, Cunha ainda não conseguiu garantir apoio dos aliados para aprovação de seu parecer. Na terça-feira, ele passou o dia em reuniões com membros da CPI tentando costurar um acordo sobre o texto para garantir a aprovação da peça.
Nesta quarta-feira, numa sessão tensa, o relator rejeitou um acordo que o obrigaria a modificar outras partes do texto se fosse derrotado pela maioria do plenário da comissão. Cunha só aceitou modificar esses dois pontos e ouvir sugestões sobre outras partes e decidir se aceita ou não fazer mudanças.
Essa decisão do petista gerou uma grande confusão na sessão e ele chegou a ser acusado de autoritarismo. "Agora o senhor virou ditador?", questionou o deputado Vaz de Lima (PSDB-SP).
Apesar da avalanche de críticas, o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), afirmou que o relator poderia adotar essa estratégia e não modificar outras partes que não concordasse.
A leitura do resumo do relatório, que tem mais de 5 mil páginas, porém, teve que ser interrompida porque os demais membros da comissão exigiram que fossem distribuídas cópias do parecer resumido lido por Cunha.
Após a leitura do parecer, se abrirá um prazo de cinco dias para que os parlamentares possam sugerir modificações ou mesmo apresentar relatórios paralelos.
Entre as pessoas cujo indiciamento o relatório pede estão o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), o proprietário da construtora Delta, Fernando Cavendish, e o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, cujas relações com agentes públicos e privados estão no foco das investigações parlamentares.
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