Relator da subcomissão de créditos tributários da CPI da Copel na Assembleia Legislativa do Paraná, em 2003, o deputado Tadeu Veneri (PT) cobrou explicações sobre o desaparecimento de colaborações do doleiro Alberto Youssef e de informações de quebras de sigilos bancários do processo criminal do caso Copel/Olvepar. O escândalo de corrupção marcou o final da gestão Jaime Lerner no governo do Paraná, em 2002, e causou prejuízos de quase R$ 100 milhões aos cofres públicos, segundo o Ministério Público Estadual (MP).
Hoje pivô da Operação Lava Jato, Youssef também é réu do caso Copel/Olvepar, cuja denúncia foi oferecida no início de 2003 pelo MP. Em dezembro daquele ano, o doleiro fez um acordo de cooperação com o órgão − ele nunca chegou a ser homologado pela Justiça estadual. No último dia 18 de agosto, Youssef fez uma nova delação para o processo, em virtude do extravio das informações.
“É inimaginável que um processo dessa magnitude, com milhares de páginas, se perca 12 anos depois. É uma situação gravíssima. Quantos outros processos terão sumido na Justiça do Paraná?”, criticou Veneri.
Outro sumiço
O sumiço de documentos da Justiça não é novidade no Paraná. Condenado a devolver R$ 1,4 milhão aos cofres de Curitiba por uma propaganda considerada irregular, o ex-prefeito Cassio Taniguchi (DEM) até hoje não teve a sentença executada contra si. Parte da lentidão se deve ao sumiço do processo, que não era digitalizado e estava sob responsabilidade do cartório da 4.ª Vara da Fazenda Pública, no fim de 2012.
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