O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), relator do processo de cassação do mandato de José Dirceu (PT-SP), disse nesta terça-feira que o Conselho de Ética seguiu todo o rito previsto no regimento ao pedir os documentos do sigilo do ex-ministro da Casa Civil às CPIs. Júlio Delgado disse ainda não acreditar que o Supremo Tribunal Federal (STF) atenda ao novo mandado de segurança apresentado por Dirceu. O relator disse que o julgamento da ação que questionava se Dirceu poderia responder a processo de cassação, já que não estava no exercício do mandato, era de competência do STF, mas ele acha que não é o caso agora.
Júlio Delgado disse que o Conselho de Ética realmente não tem poder de convocar testemunhas e quebrar sigilos, por isso o requerimento foi feito à Mesa da Câmara, que repassou o pedido dos dados do sigilo de Dirceu às CPIs.
- Nós não podemos fazer isso, temos que pedir que a CPI faça. O que eu fiz, requeri documentos através de vários requerimentos às CPIs aprovados em plenário pelo Conselho. O rito legislativo foi estabelecido e é um rito absolutamente interno e acho que não compete ao Judiciário tratar do assunto. Eu não pedi a quegra do sigilo, pedi acesso a ele - afirmou.
O relator aproveitou para criticar o pedido dos advogados de Dirceu. Segundo ele, é curioso que na entrevista coletiva de sexta-feira Dirceu tenha dito que o relatório não trazia provas contra ele e que agora ele próprio vá ao STF alegando que o relator conseguir informações de forma ilegal.
- É muito engraçado. Na última sexta-feira ele deu entrevista para dizer que meu relatório não tem nada contra ele. Então, de sexta para segunda apareceram as provas, já que ele entrou no STF dizendo que foram obtidas provas de forma escusa - provocou.
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