O vice-presidente do Conselho de Ética do Senado, Demóstenes Torres (PFL-GO), apresentou na manhã desta quarta-feira seu parecer sobre a denúncia de envolvimento da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) com a máfia dos sanguessugas. No parecer, o relator argumenta que já pode devolver a investigação à Mesa do Senado para abertura do processo disciplinar. O relator diz que as denúncias são graves e que, "diante do conjunto de provas até agora colhido", torna-se desnecessária a investigação preliminar.
"A denúncia não é tênue ou débil, ao contrário, é muito consistente", diz o parecer de Demóstenes Torres.
Na reunião do Conselho, o corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), disse que o presidente do colegiado, o senador João Alberto (PMDB-MA), deveria pedir um relatório sumário para os relatores porque todos os subsídios foram dados e os acusados já apresentaram suas defesas. Com isso, o Conselho recomendaria à Mesa do Senado a imediata abertura dos processos.
Na terça-feira, o presidente do Senado, Renan Calheiros, encaminhou ao Conselho uma denúncia, e não uma representação, contra os senadores Ney Suassuna (PB), ex-líder do PMDB, Magno Malta (PL-ES) e Serys. Com isso, o Conselho terá que colher os depoimentos e arregimentar provas, para depois devolver a investigação à Mesa do Senado, que por sua vez, se entender que há subsídios que justifiquem um processo de cassação, devolve a investigação ao Conselho. Somente então será aberto o processo. Com a manobra, os senadores acusados ganharão mais tempo.
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