O ministro Joaquim Barbosa, relator da ação penal do chamado mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), iniciou nesta quinta-feira (30) a leitura do seu voto relacionada ao tem sobre gestão fraudulenta de instituição financeira. Este é o segundo trecho da ação a ser analisado pela Corte. O primeiro, sobre o desvio de recursos públicos, resultou na condenação de cinco réus.

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Neste item, o de número 5 da denúncia do Ministério Público Federal (MPF), são réus os ex-dirigentes do Banco Rural Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório.

Eles são acusados pelos crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta de instituição financeira e evasão de divisas --este último, à exceção de Ayanna.

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Os quatro réus são apontados pela denúncia como integrantes do suposto núcleo financeiro do mensalão. Eles teriam agido em todas as etapas do suposto esquema, incluindo o financiamento e distribuição dos recursos, segundo o procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

Os dirigentes teriam interesse na liquidação do Banco Mercantil de Pernambuco, de acordo com Gurgel, que citou "empréstimos simulados" que teriam disponibilizado 32 milhões de reais ao suposto esquema.

Gurgel considerou os empréstimos realizados pelo banco como "fictícios" e que o risco da concessão dos recursos "era tão alarmante" que a decisão envolvia a própria diretoria do banco. A fragilidade das garantias também seria outra prova de fraude nos empréstimos, disse ele.

Os integrantes do suposto esquema teriam, ainda, estruturado um sistema para ocultar a origem, a natureza e os destinatários dos valores, segundo Gurgel.

O chamado mensalão foi um suposto esquema de desvio de recursos e compra de apoio parlamentar ao governo e veio à tona em 2005, na maior crise política do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Cinco réus já foram condenados por participação do suposto esquema: o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, o publicitário Marcos Valério -apontado como principal operador— e dois ex-sócios dele, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach.