O deputado Edmar Moreira (PFL-MG) recomendou ao Conselho de Ética, nesta quinta-feira, o arquivamento do processo contra o deputado José Mentor (PT-SP), alegando que os fatos narrados na representação da Mesa da Câmara não caracterizam quebra de decoro parlamentar ou qualquer infração à Constituição ou ao Código de Ética. Com o pedido de vista dos deputados Júlio Delgado (PSB-MG) e Moroni Torgan (PFL-CE), o presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), marcou a votação do processo para a próxima quinta-feira.

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Segundo Edmar, não há prova de que Mentor tenha recebido vantagem indevida em razão do exercício da atividade parlamentar. Antes de apresentar o voto, Edmar disse que não é justiceiro:

- Justiceiro é aquele que faz justiça com as próprias mãos - disse.

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Parentes de Mentor - a mãe, dona Encarnação, a esposa, os filhos Andrea e Daniel, além de dois irmãos - acompanharam a sessão do Conselho de Ética.

Mentor é acusado de receber R$ 120 mil do valerioduto. O deputado alega que recebeu a quantia por um trabalho de advocacia prestado para a empresa A2 Participações, que tem como um dos sócios o publicitário Marcos Valério.

Num dos mais longos depoimentos do Conselho de Ética (começou no dia 17 de janeiro, foi interrompido e concluído no dia 2 de fevereiro), o deputado disse que a quantia, recebida de Rogério Tolentino, sócio de Valério, foi para pagar serviços prestados de consultoria.

Mentor admitiu que contratou a empresa de Tolentino para a sua empresa de advocacia na sede do diretório nacional do PT em São Paulo, em 2003.

Ainda no dia de seu depoimento, Mentor e a deputada Ângela Guadagnin (PT-SP) reclamaram da insistência do relator em fazer perguntas sobre a atuação de Mentor como relator da CPI do Banestado.

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Mentor voltou a negar ter discutido com Valério qualquer assunto sobre a CPI do Banestado. Mas admitiu que a pedido do deputado João Magno (PT-MG), outro envolvido no valerioduto, recebeu executivos do Banco Rural em Belo Horizonte, quando atuava naquela CPI.