Cumprindo o esperado desde suas escolha para relatar o recurso da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) contra sua cassação no Conselho de Ética, o deputado Vilson Covatti (PP-RS) apresentou nesta quarta-feira (13) um voto a favor da colega propondo o arquivamento do caso. Jaqueline teve a cassação recomendada por ter aparecido em vídeo recebendo um pacote de dinheiro de Durval Barbosa, delator do mensalão do DEM.
Em seu voto, Covatti defende o arquivamento do caso porque o fato é anterior o mandato. Apesar de só ter sido publicado em março deste ano, o vídeo é de 2006. No Conselho de Ética, no entanto, o relator Carlos Sampaio (PSDB-SP) afirmou que o caso poderia ser apreciado porque a gravação só foi conhecida recentemente, após Jaqueline já ter sido eleita.
Covatti, porém, argumenta que não cabe ao Conselho "substituir a vontade do eleitor". "Não há como, agora, fora do período eleitoral pretender-se fazer uma leitura da intenção do eleitorado para se afirmar cabalmente que a deputada não se teria eleito caso a divulgação das notícias fosse mais ágil", diz ele.
O relator na CCJ rebate ainda o pedido feito pelo PSOL para que se declarasse impedido para relatar o caso. O partido argumentou que Covatti já votou de forma favorável a Jaqueline no Conselho de Ética e, por isso, não poderia ter sido escolhido por João Paulo Cunha (PT-SP) para cuidar do tema na CCJ. Covatti diz não se considerar impedido por não ter interesse particular no caso. "Não se trata, indiscutivelmente, de questão relativa a este relator e nem de matéria em que tem interesse individual, de maneira que não me dou por impedido".
Como a comissão não terá mais sessões antes do recesso parlamentar, o caso só será decidido em agosto. Mesmo que o relatório de Covatti seja aprovado, o processo vai a plenário. Neste caso, porém, o relatório pelo arquivamento seria votado antes de uma decisão de mérito sobre cassar ou não Jaqueline.
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