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O senador Renato Casagrande (PSB-ES), membro da trinca de relatores do caso Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que tem três pontos fundamentais para questionar ao presidente do Senado, que está no gabinete do presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO).
Apesar do depoimento ser dentro de um gabinete, e não no plenário do conselho, o senador Casagrande já anunciou que qualquer senador - além dos também relatores Marisa Serrano (PSDB-MS) e Almeida Lima (PMDB-SE) - poderá participar da reunião, inclusive fazendo perguntas a Renan.
A primeira questão é o empréstimo de R$ 178,1 mil tomado por Renan junto à locadora de carros Costa Dourada, de Maceió . Suspeita-se que o peemedebista seja sócio oculto da empresa, que tem contratos com o governo alagoano. Laudo do Instituto Nacional de Criminalística (INC), da Polícia Federal, põe sob suspeita o negócio e a relação da empresa com o governo de Alagoas.
Além disso, Casagrande que esclarecer pontos sobre a evolução patrimonial do senador e a ausência de cópias de cheques na defesa de Renan que comprovem que os valores foram sacados para pagar Monica Veloso.
- É a última chance, nessa fase da investigação, que o Renan tem para esclarecer dúvidas e apresentar documentos. Deste confronto vamos ter nosso voto, que será apresentado na próxima quinta-feira (dia 30) - disse Casagrande.
Um dos sócios da locadora é o empresário Ildefonso Antonio Tito Uchôa Lopes, suspeito de ser laranja do primo Renan em duas emissoras de rádio e um jornal. Os indícios de irregularidades são tão veementes que os peritos excluíram o suposto empréstimo da lista de fontes de renda de Renan. O negócio não foi declarado à Receita Federal nem consta em registro de cartório. O laudo informa que seis órgãos do governo local, entre eles quatro secretarias estaduais, têm contratos com a Costa Dourada. O Tribunal de Contas do Estado e a prefeitura de Barra de São Miguel estão entre os clientes da empresa. "(...) Foi identificado que parte significativa das receitas de locadora de veículos era proveniente de entes públicos", alerta o laudo.
A divulgação do laudo da perícia do INC da Polícia Federal na documentação de defesa do presidente do Senado revelou falhas na operação montada por ele para justificar o crescimento de seu patrimônio de R$ 1,9 milhão e, por conseqüência, as condições financeiras de arcar com suas despesas pessoais. O laudo apontou "atividade rural fictícia" em função da inexistência de gastos com custeio; tamanho do rebanho bovino menor do que o declarado; não comprovação da venda do número de bois declarados; recibo de venda para empresas fantasmas e para pessoas que negam a compra; e declaração indevida de verba indenizatória do Senado como renda.
O dado considerado mais grave pelos relatores do Conselho de Ética e até por governistas foi o de que não houve saques na conta bancária apresentada por Renan, de onde teriam saído os recursos levados pelo lobista Cláudio Gontijo à jornalista Mônica Veloso, como pagamento de pensão. Segundo a PF, no período de 2004 a 2006, não foram identificados saques em espécie ou transferências bancárias na conta corrente apresentada por Renan.
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