Os adversários do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apostam na pressão popular para blindar o relator Fausto Pinato (PRB-SP) do assédio dos aliados do peemedebista para arquivar o processo por quebra de decoro parlamentar. Minutos após a oficialização de seu nome na relatoria do caso no Conselho de Ética, Pinato começou a receber apelos em sua página pessoal no Facebook para pedir a cassação de Cunha.
“Não jogue sua biografia e trajetória de homem público no lixo da história! A sociedade brasileira espera que o senhor faça cumprir as leis pois estamos acompanhando o processo! FORA CUNHA!”, escreveu uma eleitora. “Não decepcione o País! Fora Cunha!!!”, escreveu outro internauta.
Os apelos são para que Pinato se comporte de maneira ética e não decepcione a opinião pública. “Espero que trate o assunto com seriedade. Nós todos já sabemos. Está a olhos vistos. Estamos virando piada fora do País. E tenho que dar razão. Não traia o povo brasileiro. Confiamos no senhor. Tire este comprador de votos de lá, antes que faça mais besteiras do que tem feito”, acrescentou outro internauta. “Deputado, espero que o senhor defenda a ética e o combate à corrupção, e casse o mandato desse criminoso do Eduardo Cunha”, emendou outro eleitor.
A mobilização nas redes sociais é a aposta do PSOL, partido que ingressou com a representação junto com a Rede Sustentabilidade, para garantir que o relator não opte de imediato pela inépcia do processo disciplinar. O líder da bancada na Casa, Chico Alencar (RJ), e membros do colegiado que são pró-cassação disseram acreditar na força da pressão popular e no tamanho do eleitorado paulista, que pode cobrar uma atuação mais firme de seu deputado, para dar andamento ao caso contra Cunha. “Vai ter pressão da turma do Cunha, mas vai ter pressão da turma da ética também”, disse um conselheiro.
A escolha de Pinato agradou o PSOL, que espera uma atuação independente do relator. “Fausto Pinato é o nome que pode garantir um trabalho mais sereno, mais isento. Era o menos vulnerável”, comentou Alencar.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
A gestão pública, um pouco menos engessada