O deputado Nelson Trad (PMDB-MS), relator do processo contra o deputado Roberto Brant (PFL-MG) no Conselho de Ética, vai pedir a cassação do mandato do ex-ministro da Previdência do governo Fernando Henrique Cardoso por quebra de decoro parlamentar. Brant recebeu R$ 102 mil da Usiminas para sua campanha a prefeito de Belo Horizonte, em 2004, recursos que foram repassados pela agência SMP&B, do empresário Marcos Valério. O deputado não prestou contas desses recursos à Justiça Eleitoral. O caso de Brant deve ser votado no Conselho na próxima semana.
Nelson Trad não está convencido dos argumentos de Brant. O deputado mineiro explicou que o dinheiro que recebeu não foi utilizado na sua campanha eleitoral, mas serviu para pagar programas do PFL exibidos antes do período eleitoral, o que, no seu entender, não necessitaria ser prestado contas à Justiça Eleitoral. Brant disse que recebeu os recursos da SMP&B, ficou com o dinheiro durante um mês e, somente depois, decidiu usar para pagar uma empresa de comunicação de Curitiba (PR), responsável pelo programa do PFL. Mas a nota apresentada pela empresa descreve o serviço prestado como "programas eleitorais".
Roberto Brant anunciou em seu depoimento no Conselho, na semana passada, que, independentemente do resultado do processo contra ele, vai abandonar a vida pública e não concorrerá a qualquer cargo eletivo no ano que vem. Ele se disse vítima de um processo de "linchamento".
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