A relatora da proposta que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), disse nesta terça-feira (16) que há votos suficientes no Senado para derrubar o projeto. Ela disse ainda que pretende usar os trinta dias de que dispõe para apresentar seu parecer, mesmo que isso atrapalhe o cronograma do governo.
"Se o governo tivesse sido mais hábil e mais ágil na Câmara, talvez no Senado não fosse necessário ocupar o mês todo, atrasando assim, no pensamento do governo, a votação. Eu pretendo usar este período porque precisamos levar o convencimento aos demais colegas. A minha opinião está formada: sou contrária à manutenção da CPMF", disse.
Tropa
A proposta de prorrogação da CPMF está mobilizando o alto escalão do governo. Nesta terça, os ministros Walfrido Mares Guia, das Relações Institucionais, Hélio Costa, das Comunicações, e Nelson Jobim, da Defesa, saíram em defesa da aprovação da proposta.
Mares Guia disse estimar que a CPMF seja aprovada até meados de dezembro. "Vamos trabalhar 24 horas por dia até o final do ano. Nosso calendário é aprovar (a CPMF) até 18 ou 19 de dezembro, mas se aprovarmos no dia 22 de dezembro, está bem" disse. O presidente da República em exercício, José Alencar, será o próximo a entrar em cena. Na quarta-feira (17), ele deve se reunir com líderes da bancada governista, da oposição e com os presidentes das comissões temáticas do Senado. Nesta terça, ele preferiu contemporizar ao abordar o assunto. "Todos somos contra a CPMF. Agora, a verdade é que não podemos ser irresponsáveis do ponto de vista fiscal. Nós acreditamos na aprovação da CPMF porque é de interesse do país, não é de interesse do governo não", disse.