Um ano depois do acidente com o Boeing 737-800 da Gol, um relatório da Aeronáutica indica que houve falha humana na colisão que matou 154 pessoas a bordo do vôo 1907, que seguia de Manaus para Brasília. O relatório não explica se houve falha tanto dos pilotos do Legacy quanto dos controladores, mas afirma que as análises feitas no Transponder e no Tcas do jato da ExcelAire, equipamentos que poderiam evitar a colisão, "estavam em condições de funcionar até o acidente" e que algumas "normas e procedimentos não foram corretamente executados". A Aeronáutica observa, no entanto, que a investigação ainda não está concluída.

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"Não se encontrou no acidente indicação de influência de cobertura radar, por ineficiência ou deficiência de equipamentos de comunicação e vigilância do controle de tráfego aéreo. A citação desses itens não representa a conclusão dos trabalhos nem pode ser interpretada desse modo, tendo em vista que o procedimento se encerra apenas com a emissão do relatório final", diz o relatório preliminar.

A Aeronáutica afirma que não houve problema de comunicação entre o Boeing e o centro de controle de Manaus até o momento do acidente, assim como não ocorrreu perda de contato por radar durante o percurso. Diz ainda que o Legacy passou por Brasília pouco antes das 16h e quatro minutos depois mudou de altitude sem pedir nem receber instrução do Cindacta 1. Às 16h02m, ocorreu a perda de informações do radar secundário com o Legacy devido à "falta do sinal do transponder", equipamento que fornece a localização e a altitude da aeronave.

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O relatório diz que, entre 15h51m e 16h26m, não houve tentativa de contato do Legacy com o Cindacta, e vice-versa, e que, a partir das 16h26m, o o centro de controle fez sete chamadas via rádio para o jato. Às 16h48m, a aeronave iniciou uma série de 12 chamadas para o centro de Brasília. Cinco minutos mais tarde, o Cindacta 1 fez a última chamada, às cegas, orientando a aeronave a chamar o Cindacta de Manaus. A colisão entre as aeronaves ocorreu às 16h56m.

"Decorridos 12 meses, a investigação encontra-se na fase 4 (conclusões finais), em transição para a fase 5 (confecção do relatório final), que é o último estágio de trabalho da comissão de investigação", diz o relatório.

A investigação já fez 51 recomendações para evitar novos acidentes. Para o presidente da comissão, coronel Rufino Ferreira, o prazo da investigação está dentro do esperado para um evento de grande porte, se comparado com outras ocorrências recentes.

- O maior desafio (da investigação) é consubstanciar cada fator contribuinte. Nosso trabalho tem o compromisso de apresentar o máximo de conclusões sustentadas em bases técnicas e científicas, no intuito de prover o máximo de qualidade e abrangência às recomendações de segurança de vôo, reduzindo ao máximo as conclusões que permanecerão no campo das hipóteses - afirma o coronel.