Uma investigação da Controladoria Geral da União encontrou irregularidades na aplicação do dinheiro repassado para obras no Distrito Federal. Muitas das obras de Brasília são feitas com verbas federais. O novo trecho do Metrô, por exemplo, tem dinheiro do Ministério dos Transportes R$ 40 milhões. Na ponta do lápis, segundo o relatório, o serviço ficou 125% mais caro, um prejuízo de quase R$ 12 milhões.
As obras nas BR 020, BR 060 e BR 450, principais vias de acesso às cidades satélites, também saíram R$ 6,5 milhões acima do preço de mercado. A investigação apontou ainda serviços cobrados duas vezes e uso de material de qualidade inferior.
A CGU está investigando todos os contratos financiados pelo governo federal. A conclusão deve sair em duas semanas, mas, para o órgão, já está claro que o esquema de fraudes é semelhante ao identificado pelo inquérito que apura o escândalo do mensalão do Democratas de Brasília.
"É a tipologia frequente de onde pode brotar o recurso para propina, que é o dinheiro que resulta do superfaturamento, que resulta do sobrepreço", disse o ministro-chefe da CGU, Jorge Hage. O governo do DF sempre negou irregularidades na administração.
Na estratégia da defesa do governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), a novidade é a promessa de que, se ele for solto, não volta para o cargo. Os advogados devem apresentar esse compromisso ao Supremo Tribunal Federal como mais um argumento para ver aprovado o habeas corpus, que pode ser julgado na semana que vem.
"Essa licença já foi pedida pelo governador quando da prisão e ela será renovada tão logo haja uma decisão dos tribunais devolvendo como nós esperamos a sua liberdade" disse o advogado do governador, Nélio Machado.
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