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O relatório das CPIs dos Correios e do mensalão vai sugerir a cassação de 18 deputados. O documento, de acordo com o divulgado pelo Jornal Nacional, afirma que há provas do pagamento do mensalão.

O Jornal Nacional teve acesso ao relatório que só ficou pronto no começo da noite. São 53 páginas. Segundo o texto dos relatores que vai ser apresentado, nesta quinta-feira, às duas CPIs, não há legitimidade em mandatos financiados com dinheiro ilegal. O chamado caixa dois é classificado como uma agressão ao estado democrático de direito. Por isso, em relação aos parlamentares que utilizaram este recurso o processo de perda de mandato tem que ser aberto imediatamente.

O relatório também condena a nomeação nas empresas estatais como forma de arrecadação para os partidos políticos e diz que a prova do esquema é o próprio deputado Roberto Jefferson, que vivenciou os fatos.

Sobre o mensalão, o texto diz que o pagamento a parlamentares existiu, não importando se mensal ou não. E que os operadores do esquema eram Marcos Valério e o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares. O relatório indica 18 deputados que teriam sido beneficiados. Tem um capitulo só para José Dirceu, em que destaca as denúncias feitas contra ele. Os relatores finalizam afirmando que todos quebraram o decoro parlamentar. Cometeram um conjunto de crimes políticos graves que justificam a perda de mandato.

- A pena é a cassação, mas pode ser também outras penas, quem vai dizer isso é o Conselho de Ética, não é a CPI - informou Osmar Serraglio (PMDB-PR), relator da CPI dos Correios.

O relatório também cita artigos do regimento interno que obrigam o presidente da Câmara a mandar os nomes dos deputados diretamente para o Conselho de Ética.

Foi um dia de muita pressão sobre os relatores. Até a última hora deputados tentavam escapar da lista dos envolvidos nas denúncias de corrupção.

- Do jeito que está sendo encaminhado acaba sendo um massacre desnecessário. Queria ser julgado - disse o deputado Vadão Gomes (PP-SP).

O ex-ministro José Dirceu também pressionou. Procurou o relator da CPI do Mensalão. Disse que vai entrar na Justiça para defender o mandato.

- Eu vou lutar pelo arquivamento dessa denúncia. E vou ao Supremo. Eu era ministro, não era deputado. Não posso ser processado por quebra de decoro - afirmou o deputado José Dirceu (PT-SP).

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