O relatório da CPI da Câmara de Curitiba para investigar as invasões de terrenos na cidade foi aprovado ontem e vai sugerir ao Ministério Público (MP) que sejam investigadas seis pessoas, entre elas três ocupantes de cargos comissionados no governo do estado: o secretário de estado para Assuntos de Curitiba Doático Santos, o assessor da governadoria Carlos Alberto Lima e o presidente da União Geral de Bairros de Curitiba e Região Metropolitana, Jairo Graminho (que tem cargo de assistente na Casa Civil).
A comissão sugeriu também a investigação de Maria de Fátima Freitas e Erivelton Belarmino dois dos líderes da invasão no bairro Santa Quitéria além de um morador da região, Gilberto Tangleika, que teria apoiado o movimento. Segundo o relator da CPI, Roberto Hinça (PDT) a documentação e depoimentos coletados apontaram a necessidade de aprofundar as investigações. "Ficou claro que há indícios do envolvimento de pessoas, quer por serem líderes declarados e que pulicamente instigam e promovem as invasões, ou por serem pessoas com influências funcionais que acabam colaborando para que os invasores se sintam protegidos", diz o relatório.
O presidente da comissão, vereador Tico Kuzma (sem partido), disse que vai enviar o relatório à prefeitura de Curitiba, apresentando sugestões para coibir as invasões. Entre elas, a busca de soluções viáveis para famílias com renda informal e com renda abaixo de três salários mínimos.
Somente a vereadora Roseli Isidoro (PT) se manifestou contra o relatório. Para a veradora, o relatório foi parcial, "com nítida conotação política", não citando fatos como o de Maria de Fátima que acusou Doático de estar envolvido nas invasões - ser agente comunitária de saúde da prefeitura, o que tornaria as suas declarações suspeitas. Doático havia divulgado que iria comparecer à sessão final da CPI , mas não foi. Ele diz que vai processar Roberto Hinça.
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