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São Paulo (Folhapress/AG) – Um relatório reservado do Ministério Público Federal poderá complicar ainda mais a situação do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, do deputado José Dirceu (PT-SP), do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) e de outros políticos investigados por suposto envolvimento no mensalão.

Trechos do documento, segundo reportagem divulgada ontem pelo jornal "O Globo", mostram integrantes da organização do argentino César de la Cruz Mendonza Arrieta, especializada em fraudes contra a Previdência e a Receita Federal, conversando sobre a formação de caixinha para a compra de apoio político na Câmara e citando os nomes de Delúbio, Dirceu e Jefferson. Os integrantes da máfia da Previdência ainda fazem referência ao Banco Rural nas conversas e citam os nomes de outros políticos.

De acordo com a reportagem, o conteúdo do relatório, que será encaminhado ao procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, e depois à CPI mista dos Correios, é considerado explosivo. As conversas do grupo de Arrieta, transcritas no documento, foram gravadas com autorização judicial em janeiro deste ano. Ou seja, seis meses antes das denúncias de mesadas do PT para parlamentares da base governista virem à tona.

Os diálogos mais comprometedores são de Márcio Pavan, braço direito de Arrieta, com dois interlocutores identificados como Marcelo, contato da organização em Brasília, e Dênis. O grupo trata até da arrecadação dos R$ 10 milhões que o PT teria pago ao PTB de Jefferson.

José Dirceu negou ontem qualquer tipo de envolvimento com a máfia do INSS. Em nota, o deputado disse ter ficado indignado de ver seu nome mencionado pela imprensa em conversa interceptada de pessoas investigadas pela PF. O ex-ministro disse ainda que não conhece as tais pessoas e que estão tentando envolvê-lo em crimes para desmoralizá-lo, uma vez que as investigações em curso não teriam encontrado nenhuma prova de seu envolvimento em irregularidades.

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