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Luiz Carlos Hauly, secretário da Fazenda do Paraná | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Luiz Carlos Hauly, secretário da Fazenda do Paraná| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Com alíquota única, Paraná pode ganhar R$ 1 bi por ano

A unificação das alíquotas favorece o Paraná em relação aos outros estados do Brasil. De acordo com o senador Sérgio Souza (PMDB-PR), vice-presidente da Comissão de Estudos Econômicos (CAE), o Paraná pode ganhar mais de R$ 1 bilhão, caso o projeto original seja aprovado sem alterações. "A construção de uma alíquota única de ICMS para o Brasil é uma maravilha, vai acabar com a guerra fiscal. O Paraná ganha por ser um estado exportador e com um estoque de créditos grande", afirma.

Mesmo com as prováveis mudanças, como a manutenção de uma diferença de 3% entre os estados do Sul e do Norte do país, o estado segue sendo beneficiado. Ainda assim, as mudanças são encaradas no Palácio Iguaçu como uma derrota política. Segundo o secretário da Fazenda do Paraná, Luiz Carlos Hauly, a expectativa era de uma unificação das alíquotas até 2017. A tendência é que a mudança seja bem mais tímida. Além disso, como beneficiário das reformas, o Paraná não terá direito de participar de dois fundos destinados aos estados que perdem recursos com a decisão.

A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) deve discutir hoje relatório do senador Delcídio Amaral (PT-MS) sobre a unificação do ICMS, projeto de resolução apresentado pelo governo federal no início deste ano. O relator ainda não divulgou o texto final, mas as bancadas do Sul e Sudeste na comissão já se organizam para mudar o relatório e adiar a votação. De acordo com o senador Sérgio Souza (PMDB-PR), que é vice-presidente da CAE, os senadores da região Sul e Sudeste vão pedir vista ao projeto para apresentar mudanças que o aproximem da ideia original. Com isso, a votação será adiada em pelo menos uma semana.

O governo do Paraná, junto com outros estados da região e do Sudeste, defende a redução da alíquota de forma única para todo o país em um prazo mais célere do que o proposto pelo Planalto. Já nos outros estados, a unificação é vista como prejudicial. A tese dos parlamentares dessas re­­giões é de que a redução das diferenças já é suficiente.

A expetativa é de que o relatório de Delcídio siga essa linha e defenda a manutenção de uma diferença de patamares de ICMS entre estados do Sul e do Sudeste e o resto do país. Com as alíquotas em 7% para os estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste e em 4% para os estados do Sul e Sudeste.

Para o secretário da Fa­­­zenda do Paraná, Luiz Carlos Hauly, a proposta que deve ser defendida por Amaral é pior que a apresentada anteriormente pelo governo. O texto do Planalto previa a unificação das alíquotas em 4% até 2025. O prazo é maior que o desejado pelo Paraná. "Nós negociamos por dois anos e agora o projeto deve manter a diferença de alíquotas, em um prazo longuíssimo. Nós precisamos dessa reforma para já", afirma Hauly.

Hoje, a alíquota do ICMS é diferente dependendo do estado de origem e o estado de destino de uma determinada mercadoria ou serviço. Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, quando vendem produtos a estados do Sul ou Sudeste ou entre si, têm uma alíquota de 12%, enquanto estados do Sul e do Sudeste, quando exportam para outras regiões do país, têm uma alíquota de 7%. Essa diferença desfavorece o Paraná e os outros estados do Sul, e alimenta a guerra fiscal entre diferentes unidades da federação.

Colaborou: Amanda Audi, especial para Gazeta do Povo

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