O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta terça-feira (19) que não deixará o cargo por conta das acusações de que recebe ajuda de um lobista para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha de 3 anos.

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"Não saio. Estou tranquilo", disse rapidamente aos jornalistas ao ser perguntado sobre o pedido do colega Pedro Simon (PMDB-RS) para que deixe a presidência.

Simon pediu em plenário nesta terça-feira a renúncia de Renan à presidência do Senado. "Ele não pode continuar. O senador Renan tem que ter esse gesto de grandeza de renunciar ao mandato de presidente do Senado. É o Senado que está sangrando", disse Simon aos senadores.

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Renan negou que venha recebendo pressão dos senadores. Afirmou apenas que a pressão que sofre vem de setores da imprensa. Logo depois, conversou na sala do cafezinho com os senadores José Sarney (PMDB-AP) e Roseana Sarney (PMDB-MA), seus principais aliados no Senado.

O presidente também avisou aos dois que está disposto a ficar no cargo. Em um almoço com outro senador, Renan teria dito que "iria até o fim" neste episódio.

Preocupado com o desgaste do colega, Sarney conversou com alguns senadores no plenário. Chegou a consultar, por exemplo, Eduardo Suplicy (PT-SP) sobre sua tendência dentro do Conselho de Ética.

Suplicy avisou Sarney que está difícil votar pelo arquivamento do processo contra Renan. "Estão surgindo fatos novos todos os dias", disse o petista a Sarney.

Simon

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"Ele (Renan) foi se desgastando, chegando a um determinado momento em que a explicação não convence", disse Pedro Simon (PMDB-RS) em plenário nesta terça.

É a primeira vez que Simon pede, em plenário, a saída de Renan. Simon é do próprio partido de Renan, embora seja politicamente distante do presidente do Senado.

"O senador Jefferson Peres (PDT-AM) já havia pedido isso (o afastamento). Levei mais tempo porque fiquei na expectativa", afirmou Simon.

Simon falou durante discurso do senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Mais cauteloso, Cristovam Buarque não pediu a saída de Renan da presidência, mas defendeu uma investigação profunda, sem arquivamento imediato do processo no Conselho de Ética.

"Estamos vivendo um momento, talvez, dos mais graves que já viveu a democracia brasileira. O processo político, como um processo natural, vai evoluindo aos poucos, e, de repente, uma gota d'água faz com que uma represa se derrame", disse.

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"Não sou do Conselho de Ética, mas não me sinto no direito à omissão como brasileiro preocupado e como político responsável".