Um dia após a aprovação pelo plenário de uma proposta que concede aumento salarial de até 78% para servidores do Poder Judiciário, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quarta-feira (1º) que não vai tirar da pauta, por conta própria, outro projeto que reajusta os vencimentos de funcionários do Ministério Público da União (MPU).

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Ignorando as negociações que estavam em curso entre o governo e o Supremo Tribunal Federal e em meio ao ajuste fiscal, o Senado aprovou nessa terça (30) por unanimidade uma proposta que prevê um aumento médio de 59,49% para os servidores entre 2015 e 2017. O texto pode causar um impacto de R$ 1,5 bilhão nas contas do governo só este ano. O Executivo, que deve vetar o projeto, pretendia adiar a votação dessa terça e fazer uma contraproposta para os servidores do Judiciário nos próximos dias.

Segundo Renan, é fundamental que se avance nas negociações sobre a proposta de reajuste dos servidores do MPU. O texto está pronto para ser votado no plenário do Senado e, se aprovado, seguirá para a sanção presidencial. Mas, na mesma linha que adotou nessa terça, ele disse que não tomará uma decisão unilateral de tirar o projeto de pauta.

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“Se houver negociação, melhor. Se não houver negociação, o parlamento não tem outra coisa a fazer senão apreciar o projeto. Ele não vai sair da pauta novamente por deliberação do presidente do senado. Não cabe ao presidente do Senado fazer isso”, disse.

O presidente do Senado reafirmou sua posição de que, se não houvesse uma contraproposta para os servidores do Judiciário, a Casa iria sim votar o projeto. “O Senado, como havia um compromisso, apreciou o projeto, mas o processo legislativo não se esgotou. A presidente pode fazer o veto se ela entender que é necessário e esse veto depois será apreciado pelo Senado [pelo Congresso]”, disse.