No discurso de encerramento da solenidade de abertura do Ano Legislativo, o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu a aprovação de reformas para que o País se torne "insubstituível" como destino dos investidores internacionais. Ao sublinhar que o Brasil tem uma agenda de importantes temas a tratar, Renan Calheiros criticou o que considera ansiedade para "precipitar" o debate eleitoral de 2014 classificado por ele como "extemporâneo". O peemedebista não declinou, porém, quem seriam os ansiosos.
O novo presidente do Congresso e do Senado citou a votação da mudança do indexador das dívidas dos Estados e dos municípios e das novas regras de rateio do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal como matérias importantes a serem apreciadas este ano. O peemedebista também destacou que, para o País ter "assento entre as grandes nações", é preciso aprovar as reformas tributária e política. Na última proposta, ele defendeu a adoção do financiamento público das campanhas políticas.
"Vamos levar adiante a votação das reformas microeconômicas para o Brasil. Elas são imprescindíveis para o País", afirmou. "Estou certo que nossa conduta estará pautada pelo bem comum e a fim de igualar as oportunidades", completou.
Num discurso em que buscou desanuviar o ambiente político, o presidente do Congresso disse que o parlamento brasileiro deve ajudar nas "vacinas" contra a "epidemia global", numa referência à crise econômica que atinge nações desenvolvidas. Ao lado do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, e da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que representou a presidente Dilma Rousseff, ele afirmou que os poderes são independentes e seus integrantes têm ajudado a construir um "Brasil muito melhor".
"Não podemos, não devemos e nem temos como admitir a redução da potencialidade de um país e nem comprometer as futuras gerações com erros políticos", disse. "A união de todos para o bem comum é um compromisso de todos os brasileiros", declarou ele, ao declarar que é preciso "trabalhar muito para atenuar os efeitos da crise e deixar as miudezas para os pequenos".
Renan Calheiros reafirmou que vai procurar nesta semana o presidente eleito da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para discutir, entre outras ideias, a votação proposta que altera o rito de tramitação das medidas provisórias. Ele também quer debater a aprovação e a execução do orçamento e uma forma de apreciação dos mais de 3 mil vetos presidenciais que trancam a pauta do Congresso.
- Manifestantes criticam Renan Calheiros na entrada do Congresso
- Henrique Alves teve votação mais apertada do que Renan
- Quatro décadas no Congresso moldaram novo presidente da Câmara
- Novo líder do PMDB nega racha na bancada do partido na Câmara
- Favorito para chefiar Câmara enfrenta briga no PMDB
- Henrique Eduardo Alves é eleito o novo presidente da Câmara