Um dia após o apelo feito pessoalmente pela presidente da República, Dilma Rousseff, o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu nesta terça-feira, 22, o adiamento da sessão conjunta das duas Casas Legislativas desta noite para apreciar vetos presidenciais. Ele disse que vai consultar os líderes partidários a fim de tomar uma decisão, mas destacou que o momento é para que todos tenham “responsabilidade fiscal” com o país.
“O pior que pode haver para o Brasil é realizarmos essa sessão do Congresso, potencializando o risco da desarrumação fiscal”, disse, ao chegar a seu gabinete no Senado.
Desde a segunda-feira, 21, o Palácio do Planalto deflagrou uma operação para adiar a sessão do Congresso que vai apreciar 32 vetos presidenciais. O receio é de que a derrubada dos vetos possa custar, conforme dados do próprio governo, pelo menos R$ 127,8 bilhões até 2019, anulando o esforço para fechar as contas do governo neste e nos próximos anos.
Segundo Renan, a preocupação com a eventual derrubada dos vetos não é só do governo, mas do país. E, para o peemedebista, o Congresso tem ajudado “bastante” o Brasil a fim de melhorar o ambiente econômico.
Ele citou o fato de que, no ano passado, o Legislativo reduziu a meta de superávit primário, aprovou o Orçamento deste ano em março, aprovou o primeiro pacote de medidas do ajuste econômico e ainda apresentou uma agenda de reformas estruturais a serem implementadas, que constam da Agenda Brasil.
O presidente do Congresso negou que seja culpa do Legislativo o fato de o dólar ter ultrapassado nesta terça-feira a marca dos R$ 4. Ele destacou que o Congresso há seis meses não se reúne para discutir vetos presidenciais a fim de não aumentar as dificuldades orçamentárias.