Brasília (Folhapress) – O presidente do Senado e do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ontem que não é "empregado do governo", numa reação às ressalvas feitas pelo Palácio do Planalto quanto a sua atuação na eleição da presidência da Câmara, na quarta-feira.

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O senador negou qualquer indisposição com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas ressaltou que, no comando do Legislativo, não tem "compromisso de dar voto" à base aliada, da qual é um dos principais articuladores.

Para líderes governistas, a apertada vitória do deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), candidato do governo na disputa pela presidência da Câmara, é prova de que Renan não tem a força que afirma ter no PMDB.

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Ontem, Lula vetou a presença do presidente do Senado na audiência em que recebeu Aldo pela primeira vez após a eleição de quarta-feira. Na avaliação do presidente – segundo relato de seus auxiliares –, Renan pretendia aparecer como o pai da vitória governista na disputa, o que seria prejudicial à independência de Aldo no comando da Câmara.

"Acha que o presidente evitou minha presença? O presidente tem me convidado sistematicamente para conversar, inclusive ontem. Temos a exata consciência da separação dos poderes: ajudo na governabilidade, mas eu tenho meus limites", afirmou Renan, após participar de debate com cerca de 250 integrantes do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), em São Paulo.

"Não sou empregado do governo, sou presidente do Congresso Nacional", disse o peemedebista. Renan defendeu Aldo, dizendo que ele dará uma resposta aos que pensam que sua eleição pode emperrar as apurações sobre os deputados ameaçados de cassação.

O presidente do Senado afirmou que terá reunião na terça-feira com integrantes das três CPIs que investigam denúncias de corrupção no governo a fim de acelerar trabalhos e "punir exemplarmente" os eventuais culpados. Para a agenda do Congresso, Renan defendeu a mudança da Constituição para que os parlamentares ganhem tempo e aprovem a reforma política neste ano – assim, poderá valer na eleição de 2006.

Ainda cobrou a aprovação da reforma tributária na Câmara. "A passividade do governo não permite o andamento da agenda do país", afirmou ele.

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A carga tributária apareceu como principal fator de impedimento do crescimento de empresas, segundo pesquisa com os empresários realizada durante o evento. Numa das perguntas, sobre a eficiência da administração, o governo ganhou nota 2,2, numa escala de 0 a 10.