O presidente do Senado, Renan calheiros (PMDB-AL), voltou a dizer, nesta quarta-feira, que não renuncia para evitar a cassação, e afirmou que, há 80 dias, vem sendo bombardeado por denúncias sem provas.
- Não renuncio porque seria confissão de culpa. Não renuncio, não adianta. Já me propuseram isso, mas não vou aceitar - afirmou.
A perícia nos documentos do senador, prevista para ser entregue ao Conselho de Ética nesta quinta, só acontecerá na próxima segunda-feira, dia 20, avisou a Polícia Federal.
O adiamento ocorreu porque o Instituto Nacional de Criminalística (INC) recebeu novos documentos do caso, como extratos da jornalista Mônica Velloso, com quem Renan tem uma filha, que mostrariam depósitos do lobista Cláudio Gontijo.
Renan voltou a atacar o usineiro e adversário político alagoano João Lyra, que disse ter sido sócio do presidente do Senado em emissoras de rádio no estado. Irritado, Renan cobrou que João Lira também tenha seu sigilo quebrado, disse que o usineiro é ressentido porque atribui a ele a responsabilidade por uma derrota eleitoral e que João Lyra é acusado até de homicídio.
- Eu abri minha alma, meu sigilo, agora é importante que esse João Lyra abrisse suas contas, seu sigilo (...) Não sei se ele vai depor algemado ou não - provocou.
Petista João Pedro será o relator do caso Schincariol no Conselho
O presidente do Conselho de Ética do Senado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), anunciou na tarde desta quarta-feira que o senador João Pedro (PT-AM) será o relator do processo que vai investigar se Renan atuou como lobista da cervejaria Schincariol. Ao anunciar o relator, Quintanilha disse que o caso deveria ser analisado na Câmara, por envolver o irmão de Renan, Olavo Calheiros (PMDB-AL), que teria vendido uma fábrica de cerveja à Schincariol. Este é o segundo processo aberto contra Renan no Conselho.
- Eu percebo que este processo seria pertinente de uma análise da Câmara - disse Quintanilha.
Ao ser perguntado sobre o novo processo que vai investigar se atuou como lobista da cervejaria, Renan reagiu com ironia:
- É uma representação inédita. Estão querendo a quebra do decoro da família inteira.
Ao ser informado de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defendê-lo nesta quarta-feira, Renan disse que o presidente já fez isso outras vezes, o que mostra que os dois têm uma relação de amizade, não só política. Depois de almoço no Itamaraty, Lula teria dito que o caso Renan não prejudicou o país até agora porque o Senado está votando várias matérias. Lula teria dito ainda que Renan tem apresentado documentos, mas seus adversários não têm aceitado porque torcem pelo pior.
- Ele já fez isso mais de quatro ou cinco vezes. Demonstra que temos uma relação mais que política - disse Renan na tarde desta quarta-feira.
Tuma ouvirá João Lyra em Maceió
Tuma viaja nesta quinta-feira para Maceió (AL), onde ouvirá o usineiro, que confirmou que diz ter uma sociedade oculta com o presidente do Senado. Segundo Tuma, Lyra afirmou que não gostaria de ir a Brasília.
- João Lyra não vem ao Senado enquanto Renan for presidente, mas prometeu dizer toda a verdade - contou o corregedor, que conversou com o usineiro por telefone na terça.
Coaf vê discrepâncias nas contas de Renan
Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) aponta discrepâncias na movimentação financeira do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A análise está em poder do procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza. O relatório do Coaf não deixa claro o grau de importância das divergências encontradas na movimentação financeira do senador. As informações estão sendo confrontadas com outros dados obtidos pela Procuradoria-Geral. Foi o que mostrou 'O Globo' em reportagem nesta quarta-feira.
Para ampliar a investigação, Antônio Fernando pediu à Polícia Federal cópia do laudo que o Instituto Nacional de Criminalística (INC) está fazendo sobre notas fiscais, guias de transporte de animais e declarações de renda, entre outros papéis apresentados por Renan ao Conselho de Ética do Senado como parte de sua defesa.
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