Aproveitando a baixa popularidade da presidente Dilma Rousseff, o comando do Congresso decidiu criar uma “pauta expressa” com projetos que serão analisados na Câmara e no Senado em resposta às manifestações populares contrárias ao governo federal.
Os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vão incluir projetos da reforma política e nas áreas fiscal e de segurança.
Renan disse que a ideia é que as matérias sejam aprovadas nas duas Casas de forma rápida, sem a interferência do governo federal.
“O Congresso é independente. Não há outra coisa a fazer nesse momento a não ser acentuar a independência do Congresso. O que a sociedade está cobrando do Congresso neste momento é que seja cada vez mais independente. Harmônico, mas sobretudo cada vez mais independente”, afirmou.
Dois deputados e dois senadores serão escolhidos para elaborar a “pauta expressa” anunciada pelos dois presidentes. Caberá a esses congressistas incluir a lista de projetos da reforma política, uma vez que não há consenso entre os partidos e os parlamentares sobre os principais pontos de mudança no sistema político do país, como financiamento das campanhas e modelo de eleição dos deputados.
“Nós vamos eleger pontos da reforma política, da melhoria do ambiente de negócio, do dia a dia do Brasil, e votá-los na pauta expressa”, disse Renan.
Cunha disse que o objetivo da medida é encontrar pontos de consenso entre as duas Casas, mas que não há compromisso com o mérito dos temas. Cada sigla terá liberdade de defender seu posicionamento sobre a reforma, uma vez que não há consenso sobre os principais temas em tramitação no Congresso.
Segundo o deputado, a ideia é que a reforma política esteja aprovada antes de setembro, valendo para as eleições de 2016. Renan não quis fixar um prazo, mesmo depois de questionado sobre a previsão estabelecida por Cunha. “Será uma espécie de pauta comum de alguns temas que sejam votados nas duas Casas”, desconversou.
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