Os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), articulam uma saída que permita o financiamento empresarial para a campanha eleitoral do ano que vem. Proibido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 17, o item é um dos que deve ser vetado pela presidente Dilma Rousseff na reforma política aprovada pelo Congresso Nacional – ela também deve rejeitar o voto impresso, que segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) gera um gasto extra para o processo eleitoral.
A intenção do Palácio do Planalto, inclusive, é publicar uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU) com a sanção da lei ainda nesta terça-feira (29). São duas as soluções pensadas pelos peemedebistas. De um lado, eles querem que Dilma publique até quarta-feira (30) os vetos à lei eleitoral, de forma que os trechos rejeitados possam ser apreciados já na sessão do Congresso Nacional convocada para a quarta.
Caso todos os itens da pauta sejam apreciados, os temas podem entrar em votação, já que as sessões conjuntas respeitam a ordem cronológica dos vetos. Em outra frente, Renan já articula no Senado uma forma de acelerar a votação da PEC da reforma política, aprovada mês passado pela Câmara, que retoma o financiamento privado de campanha.
Cunha evita ‘armadilhas’ ao ser questionado sobre contas no exterior
Presidente da Câmara se recusou a falar sobre assunto para não gerar ‘mais polêmicas’
Leia a matéria completaO texto permite que empresas doem para partidos políticos, que poderiam repassar esses valores aos candidatos. Estes, contudo, só podem receber de pessoas físicas.
O tema foi assunto de café da manhã entre os presidentes das Casas Legislativas nesta terça-feira (29). “Não podemos chegar um ano antes das eleições, na sexta, e ficar com indefinições. Temos que fazer a parte do poder Legislativo no que toca o seu processo. Acho que o Senado deveria fazer um esforço de votar a PEC”, afirmou Cunha.
Essa também foi a pauta de jantar na noite desta segunda, na residência oficial de Renan, com os peemedebistas Romero Jucá (RR), e do líder do partido no Senado, Eunício Oliveira (CE).
A intenção do grupo é colocar o texto em votação ainda na sessão desta terça e se valer de manobras regimentais que permitam pular as cinco sessão de discussão que deveriam haver entre as primeira e segunda sessões de apreciação da PEC.
Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição, o texto que deve ser analisado pelo Senado precisa ser avalizado com o mesmo teor que saiu da Câmara. Caso a proposta passe pelos senadores e seja promulgada, o STF precisará rever a decisão da semana passada.
STF decide sobre atuação da polícia de São Paulo e interfere na gestão de Tarcísio
Esquerda tenta mudar regra eleitoral para impedir maioria conservadora no Senado após 2026
Falas de ministros do STF revelam pouco caso com princípios democráticos
Sob pressão do mercado e enfraquecido no governo, Haddad atravessa seu pior momento
Deixe sua opinião