Tão logo recebeu do presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), o relatório com os nomes dos congressistas em relação aos quais há indícios ou provas de participação no esquema de compra de ambulâncias superfaturadas, o presidente do Senado, Renan Calheiros, assinou despachos encaminhando o documento ao Conselho de Ética da Casa e ao presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo.
Foram citados entre os 72 parlamentares acusados de envolvimento na máfia dos sanguessugas, os senadores Magno Malta (PL- ES), Ney Suassuna (PMDB-PB) e Serys Slhessarenko (PT-MT).
- A sociedade cobra um ritmo acelerado para esses processos e minha vontade é a da sociedade - afirmou o senador.
Diante do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), dos senadores Pedro Simon (PMDB-RS), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Romeu Tuma (PFL-SP), e de outros parlamentares, Renan afirmou que a partir dos documentos ali entregues ao secretário-geral da Casa, Raimundo Carreiro, o Conselho de Ética é que vai ditar o ritmo dos processos. Ele explicou que sua decisão de encaminhar rapidamente a matéria foi tomada com isenção, equilíbrio e responsabilidade.
Mais tarde Renan esclareceu que, se por um lado os organismos investigadores têm que correr com os processos, por outro é fundamental garantir a todos os acusados amplo direito de defesa,
- É um instrumento elementar da democracia e da própria Constituição federal - disse o senador.
Indagado sobre a proposta de emenda à Constituição que tramita na Câmara e que acaba com o voto secreto nas votações no Legislativo, Renan disse que o aperfeiçoamento institucional deve ser permanente e buscado sempre.
- Esse é um dos pontos que têm que ser tocados. Claro que o voto secreto, em algumas circunstâncias, protege contra a pressão de poder econômico e de partido político, mas o voto aberto dá mais transparência ao processo legislativo.
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