O atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), candidato à recondução, está preocupado com a vinculação direta de seu nome com o governo. Devido à escassa maioria do governo na Casa, Renan quer se livrar do carimbo de candidato do Palácio do Planalto, mesmo não podendo abrir mão do apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O peemedebista não quer alimentar o discurso de seu eventual adversário na eleição, o senador Agripino Maia (PFL-RN), que se apresenta como o candidato da oposição e independente.
- No Senado não haverá disputa entre um candidato do governo e um da oposição. É preciso ter em mente a independência entre os Poderes. Mas é claro que qualquer apoio será bem vindo - disse Renan.
Disposto a conversar ainda esta semana com Agripino, Renan disse que continua trabalhando para que não haja disputa no Senado. Na sua opinião, uma candidatura consensual facilitaria o acordo em torno da composição da Mesa e das Comissões Permanentes, respeitando a proporcionalidade dos partidos da Casa. Ele salientou, por exemplo, que a oposição hoje tem a maioria na Mesa do Senado.
- Meu único compromisso é de colocar alguém do PMDB na presidência do Senado - acrescentou Renan, admitindo que se for escolhido pela bancada, levará sua candidatura até o fim, mesmo que para isso precise enfrentar Agripino no plenário.
Se no Senado o quadro provável é de disputa, na Câmara, por enquanto, o ambiente é de confusão. A bancada do PT pretendia lançar ainda nesta terça-feira seu candidato, o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), mas é possível que recue. Para evitar precipitações, a executiva do PT se reunirá nesta terça-feira com a coordenação da bancada na Câmara para avaliar se é o caso de oficializar ou não a candidatura de Chinaglia.
Na quarta-feira será a vez de a bancada do PMDB, a maior da Câmara, anunciar que apresentará um candidato. Os nomes citados para disputarem pelo PMDB são o do ex-líder Geddel Vieira Lima (BA) e o do ex-ministro das Comunicações Eunício Oliveira (CE).
- A bancada do partido vai afirmar seu direito de eleger o presidente da Câmara e pleitear que seu candidato tenha o apoio da base do governo - disse o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP).
Também candidato à recondução, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), optou por aguardar as movimentações do PT e do PMDB. Nesta segunda-feira, Aldo e Chinaglia tiveram uma longa conversa sobre possíveis cenários da eleição. Aldo limitou-se apenas em classificá-la como positiva:
- Tive uma boa conversa com o Chinaglia. Foi uma conversa tranqüila.
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