O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que a sessão conjunta de Câmara e Senado para análise de vetos presidenciais está mantida para esta quarta-feira (30), e afirmou que os interesses do país não podem ser sobrepostos por “caprichos” de algumas pessoas, em crítica velada ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Cunha convocou sessão da Câmara para o mesmo horário que Renan havia chamado reunião do Congresso, impedindo assim que deputados e senadores analisassem vetos. Cunha quer a inclusão na pauta do Congresso da análise do veto presidencial a proposta que permite o financiamento empresarial de campanhas eleitorais.
Não é birra
Já Eduardo Cunha disse que o imbróglio envolvendo a realização de sessão no Congresso para apreciação de vetos “não é birra” entre ele e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Enquanto Renan pretende realizar a sessão para avaliar vetos presidenciais à chamada “pauta-bomba”, Cunha vai estender a sessão da Câmara até a noite para evitar a reunião do Congresso. A manobra de Cunha é uma resposta à recusa de Renan de incluir na sessão do Congresso a apreciação dos vetos a pontos da reforma eleitoral. Cunha tinha esperança de conseguir derrubar no encontro desta quarta o veto ao financiamento privado de campanha. Se o veto não for derrubado até o final desta semana, não é possível resgatar, por causa do prazo, a possibilidade de doação empresarial para as eleições do ano que vem.
“Aqui não é birra. São pessoas bastante experientes e tem Casas que têm comportamentos diversos. Aqui ninguém está birrando, fazendo birra com nada”, disse Cunha antes de assumir a presidência da sessão da Câmara desta tarde.
Cunha também negou estar em confronto com o presidente do Senado. “Temos uma Casa que tem seu funcionamento, assim como o Senado tem seu funcionamento. A Casa tem uma pauta, eles têm a pauta deles. A Casa tem uma agenda que queria colocar, eles têm a agenda deles. Isso não é confronto. É divergência de opiniões. Confronto é uma coisa muito mais complexa. Se a gente não puder ter divergência, estamos saindo da democracia”, afirmou Cunha.
Dois vetos que seriam apreciados preocupam o governo: o do reajuste dos servidores do Poder Judiciário, que tem impacto de R$ 36,2 bilhões até 2019; e o que atrela o reajuste do salário mínimo a todos os benefícios do INSS, que representa uma despesa extra de R$ 11 bilhões em idêntico período.
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