Valendo-se de sua condição de presidente da Mesa Diretora do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) marcou para terça-feira reunião que vai analisar o pedido de encaminhamento de nova perícia para a Polícia Federal de seus documentos de defesa.
A data coincide com o último dia dos trabalhos do Congresso, que entra em recesso na quarta-feira até 31 de julho.
A decisão revoltou a oposição, que viu na medida uma maneira de retardar ainda mais o processo contra ele no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar. A denúncia de que ele teria despesas pagas por um lobista veio a público no final de maio.
"Vamos analisar (o comunicado enviado por Renan) e se a explicação não for convincente, vamos impedir qualquer trabalho legislativo nessa Casa até que ele deixe a presidência da Mesa", disse o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).
Em reunião na manhã desta quinta-feira, os relatores do processo contra Renan no Conselho de Ética encaminharam o pedido de perícia à Mesa Diretora, como prevê o regimento do Senado.
Os relatores querem que a Polícia Federal faça novas perícias nos documentos apresentados pelo senador em que ele tenta provar, com a compra e venda e gado, que tinha recursos para arcar com suas despesas. Também cobram novas informações sobre os negócios de suas fazendas em Alagoas.
Renan é investigado por quebra de decoro no pagamento de pensão alimentícia à filha de 3 anos, que teve, fora do casamento, com a jornalista Mônica Veloso. Os pagamentos foram feitos por um lobista da construtora Mendes Júnior, mas Renan garante que os recursos eram seus.
Na quarta-feira, ele foi pressionado a desistir de presidir sessão do Congresso, o que abriu caminho para a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). A oposição havia ameaçado protestar contra sua presença.
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