O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pode não se encontrar nesta terça-feira (18) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O encontro chegou a ser negociado entre as chefias de gabinete de ambos, durante a viagem de Lula à Europa, que terminou nesta madrugada. "Na interpretação do público, ou ele vai para ser emparedado pelo presidente ou vai para pedir ajuda de Lula. O encontro pode não ser bom para o Renan", admitiu um interlocutor do presidente do Senado.
O presidente Lula permanece no Palácio do Alvorada. As atividades públicas, no Planalto, começam às 14h. Ele comanda a reunião de coordenação política, onde a crise envolvendo Renan Calheiros dividirá espaço com a negociação para que a prorrogação da CPMF até 2011 seja aprovada na Câmara, a partir desta quarta-feira (19).
Renan Calheiros ainda não saiu da Residência Oficial da Presidência do Congresso. Nesta semana, Renan não apareceu no Senado. Passou o final de semana em Alagoas e, na noite passada, chegou a Brasília. O primeiro movimento de Renan na capital federal foi uma ligação para a secretária-geral da Mesa Diretora, Cláudia Lyra. Na seqüência, conversou com o primeiro vice-presidente da Casa, Tião Viana (PT-AC).
O segundo processo de cassação contra Renan começa a ser julgado nesta quarta-feira. Trata do suposto tráfico de influência do peemedebista para facilitar a instalação da cervejaria Schincariol em Alagoas. Aliados e opositores do senador acreditam que a representação será arquivada ou terá a tramitação interrompida. "Acho que deveríamos esperar a investigação da Câmara e sequer permitir a leitura do relatório no Conselho de Ética", analisou o senador Renato Casagrande (PSB-ES).
A investigação na Câmara decorre do suposto envolvimento em irregularidades, vinculadas à instalação da cervejaria no estado natal de Renan, pelo irmão do senador, o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL). O relator, senador João Pedro (PT-AM), admitiu na última sexta-feira (14) que tem "poucos elementos" sobre a investigação.
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