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Crítico ácido do pacote de ajuste fiscal, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acertou com a presidente Dilma Rousseff, em encontro na última quinta-feira (6), que será o fiador de um pacto para barrar, no Senado, as pautas-bomba aprovadas na Câmara. Além disso, prometeu votar rapidamente a recondução do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, assim que a presidente mandar a indicação, o que deve ocorrer nesta semana. Dilma considerou positiva a conversa e aumentou a confiança no governo de que Renan poderá ser uma contraposição ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

No encontro, Renan também discutiu saídas para a crise que ameaça o mandato de Dilma. A principal proposta dele é uma reestruturação ministerial que poderia incluir a fusão ou corte de pelo menos dez pastas na Esplanada. O desenho já estaria sendo analisado no Planejamento e pode ser discutido por Dilma com ministros neste domingo (9). Na sexta (7), depois de chegar de Roraima, Dilma passou a ligar pessoalmente para líderes do Senado chamando para uma reunião nesta segunda-feira (10). O líder do PMDB, senador Eunício de Oliveira (CE), diz que ela está preocupada em consolidar o apoio do Senado, diante da Câmara conflagrada.

Após o encontro com Dilma, Renan passou o dia recebendo políticos e articulando novas estratégias para a atuação do Senado. “A gente acha que a redução do número de ministérios tem uma simbologia para a sociedade. Além disso, Renan defendeu três ou quatro medidas na área de infraestrutura, logística e inovação tecnológica para se contrapor ao ajuste e conseguirmos votar o último cadáver do ajuste, que é o projeto da desoneração da folha de pagamento”, afirmou Eunício.

No PMDB, a avaliação é que o fundamental, diante da falta de controle da base aliada no Congresso, é que Dilma passe uma mensagem que vai recomeçar o governo. Na Câmara, o líder do partido, Leonardo Picciani (RJ), afirmou que já não cabe mais ao vice Michel Temer, mas sim a Dilma fazer as mudanças necessárias para reconquistar apoio entre os parlamentares.

Apesar da pressão, dois ministros do Palácio afirmam que Dilma não deu nenhum sinal de que vá fazer uma reforma ministerial. Alguns afirmam não acreditar que ela promoverá mudanças “no meio desse tiroteio”. Sobre a pressão, inclusive do PT, para substituir o ministro Aloizio Mercadante na Casa Civil por Jaques Wagner (Defesa), a avaliação na coordenação política é a de que esse movimento é difícil.

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