Com discrição, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) remonta sua rede de alianças desintegrada com o escândalo que o afastou da presidência do Senado, em 2007. No último dia 10, Renan recontratou Carlos Ricardo Santa Ritta, apontado como "laranja" do peemedebista na compra de uma rádio, para ocupar um cargo estratégico no gabinete. Santa Ritta foi personagem em uma das quatro ações movidas contra Renan no Conselho de Ética. Segundo a documentação analisada pelos conselheiros na época, Renan articulou a montagem de uma rede de emissoras em Alagoas, sua base eleitoral, com outorgas obtidas mediante pressão política.
Como a Constituição proíbe que parlamentares sejam proprietários de concessionárias de rádio, Renan teria colocado Santa Ritta como cotista principal da emissora JR Radiodifusão, fruto da sociedade com o usineiro João Lyra. A própria sigla da emissora, JR, seria composta pela primeira letra de João e de Renan. No caso da rádio, Santa Ritta funcionou apenas como um guardião da outorga. Tão logo a concessão pública saiu, Santa Ritta, ex-tesoureiro das campanhas de Renan, repassou a cota para Renan Calheiros Filho.
No meio da crise, o gabinete do senador anunciou que Santa Ritta havia sido exonerado. No entanto, os boletins de pessoal do Senado mostram que, de 2004 para cá, ele só ficou fora da Casa no curto período de 2 de julho deste ano até o dia 9 deste mês. Seu salário atual chega a R$ 9.700. Procurado, Renan limitou-se a dizer que nunca esteve envolvido no episódio da JR Radiodifusora. Santa Ritta também não quis falar.
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