O que a oposição quer investigar:

1 - A compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA)

2 - Indícios de pagamento de propina a funcionários da estatal por uma companhia holandesa

3 - Denúncias de plataformas lançadas ao mar sem itens de segurança

4 - Indícios de superfaturamento na construção de refinarias

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Dilma recebeu contrato de Pasadena com 15 dias antecedência, diz Cerveró

O advogado de Nestor Cerveró, Edson Ribeiro, disse nesta quarta-feira (2) que os conselheiros da Petrobras, incluindo a presidente Dilma Rousseff, receberam com 15 dias de antecedência o contrato da compra da refinaria de Pasadena (EUA), negócio que teria gerado prejuízo à estatal. "Os conselheiros tiveram tempo hábil para examinar o contrato. Se não o fizeram, foram no mínimo levianos ou praticaram gestão temerária", disse Ribeiro. "Cerveró não vai aceitar ser bode expiatório."

Ele ressalta que não está acusando Dilma ou os demais conselheiros, mas apenas relatando como funciona o processo de aprovação de contratos na Petrobras. Segundo eles, os conselheiros podem ter se esquecido disso dado ao "lapso temporal" da aprovação da compra da refinaria, que aconteceu em 2006.

O ministro Thomas Traumann (Comunicação Social) negou nesta quarta-feiraque a presidente tenha recebido antecipadamente o contrato da compra da refinaria nos Estados Unidos.

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Acionistas reclamam da compra de Pasadena

O presidente da Associação de Engenheiros da Petrobras (Aepet), Fernando Siqueira, e acionista minoritário da estatal Romano Allegro protestaram nesta quarta-feira (2) contra a compra da refinaria de Pasadena, durante assembleia de acionistas da empresa, realizada nesta tarde. Allegro pediu a responsabilização da presidente Dilma Rousseff e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, na qualidade de ex-presidente e atual presidente, respectivamente, do conselho de administração da Petrobras.

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Após auditoria da estatal, CGU irá apurar caso de propina na Holanda

Depois de a Petrobras anunciar que não descobriu propina na apuração de suposto envolvimento da empresa em um esquema na Holanda, a Controladoria-Geral da União (CGU) decidiu abrir uma investigação própria para "aprofundar" o trabalho feito pela estatal. A comissão foi instaurada pela Petrobras no dia em que foi revelado no Brasil depoimento de suposto ex-funcionário da fornecedora holandesa SBM, publicado no site colaborativo Wikipedia, segundo o qual a empresa promoveu pagamentos de propinas no valor de U$S 275 milhões, em sete países. Um dos destinos dos pagamentos, de acordo com o ex-funcionário, seria a Petrobras, que teria recebido US$ 139 milhões entre 2007 e 2011.

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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), abriu caminho nesta quarta-feira (2) para o início do funcionamento da CPI da Petrobras no Senado, ao rejeitar questionamento do PT pedindo que a comissão de inquérito não seja instalada. A decisão ainda pode sofrer mudança porque o próprio Renan recorreu à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para que o órgão decida se a CPI deve sair do papel.

Ao negar o pedido apresentado pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), Renan disse que não foi eleito presidente do Senado para "servir" ao governo federal. Aliado da presidente Dilma Rousseff, Renan disse que sua decisão foi tomada ouvindo os dois lados governo e oposição sem agir com "cumplicidade" que poderia resultar em "omissão". "Não fui eleito presidente de uma instituição centenária como o Senado para fazer favores com a lei e o nosso regimento interno. Fui escolhido para, em casos necessários, encaminhar sugestões de acordo com as leis. Vai longe o tempo em que dirigentes faziam ou interpretavam leis seguindo as suas conveniências. A razão é a primeira autoridade e a autoridade é a última razão", afirmou.

Caberá à CCJ do Senado decidir se o questionamento do PT, que diz que a CPI sugerida pela oposição não tem "fato determinado" para ser instalada, deve ou não ser aceito. A comissão tem reunião marcada para a próxima quarta-feira.O argumento dos petistas é que a CPI proposta pela oposição reúne quatro assuntos relativos à Petrobras que não teriam conexão entre si, por isso a comissão não teria elementos para sair do papel.

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A CCJ é integrada, em sua maioria, por senadores aliados do governo federal. O presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), é alinhado com o Planalto mas foi rejeitado pela presidente Dilma Rousseff após ser indicado pelo PMDB para assumir o Ministério da Integração Nacional.

Além de rejeitar o questionamento do PT, Renan também negou outro questionamento, apresentado ontem pelo PSDB, que pedia para o presidente da Casa retirar da outra CPI apresentada por aliados do governo temas que desgastam prováveis adversários da presidente Dilma Rousseff nas eleições de outubro, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador Eduardo Campos (PSB-PE).

A oposição vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal para tentar impedir que a CPI da Petrobras no Congresso investigue assuntos que não têm relação com a empresa estatal. PSDB e DEM vão apresentar recurso ao Supremo na semana que vem com o argumento de que a CPI proposta pela oposição, que restringe as investigações à Petrobras, deve ser instalada no Senado. O recurso será uma resposta à decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros de permitir que a CPI da Petrobras proposta por aliados da presidente Dilma Rousseff seja instalada na Casa se a Comissão de Constituição e Justiça determinar sua criação.

Os governistas apresentaram na terça outro pedido de criação de CPI reunindo os assuntos relacionados à Petrobras, como defende a oposição, mas incluíram três fatos que atingem o PSDB e o PSB.

Os aliados da presidente Dilma querem investigar contratos do metrô de São Paulo e Distrito Federal envolvendo a empresa Siemens, atividades da Petrobras no Porto de Suape (PE) e superfaturamento em projetos na área de tecnologia da informação e utilizando recursos da União.Renan disse que os dois questionamentos não fazem sentido porque há decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que permite a inclusão de temas diversos às comissões de inquérito mesmo quando elas já foram instaladas. "Ambos os lados apontaram fatos determinados que, na perspectiva dos oradores, estão a merecer essa investigação política, embora ainda estejam sendo apurados pelas instâncias competentes", disse.

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No pedido de criação da CPI, os oposicionistas pedem para o Congresso investigar a compra da refinaria de Pasadena (EUA) pela Petrobras, indícios de pagamento de propina a funcionários da estatal pela companhia holandesa SMB Offshore, denúncias de que plataformas estariam sendo lançadas ao mar faltando uma série de componentes e indícios de superfaturamento na construção de refinarias.

CPI mista

Com a possibilidade da CCJ acatar o questionamento do PT, o que inviabilizaria a criação da CPI da Petrobras no Senado, a oposição vai investir na criação de comissão de inquérito mista para investigar a estatal com deputados e senadores. O pedido de criação da CPI mista foi apresentado nesta quarta pelo PSDB, DEM e PPS à Mesa Diretora do Congresso que só terá sessão no dia 15 de abril para que o documento seja lido. Até lá, o governo pode tentar convencer aliados a retirarem assinaturas do pedido da comissão de inquérito ou articular outra estratégia para inviabilizar as investigações. "O requerimento será lido na sessão do Congresso Nacional marcada para o dia 15 de abril, como estabelece o regimento. Até lá, podem ser incluídas ou retiradas assinaturas, bem como serão admitidos fatos novos referentes à investigação", afirmou Renan.

A oposição vai tentar convencer o presidente do Senado a convocar sessão extraordinária para antecipar a leitura do pedido, mas Renan sinalizou que deve manter o dia 15 como data para que a questão seja resolvida.