Em meio a votações importantes no Congresso e à polêmica sobre a instalação da CPI da Petrobras, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), está fora do país esta semana para acompanhar festividades religiosas no Vaticano (Itália). Renan e o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) vão representar o Congresso Nacional em missa que vai celebrar a canonização do padre José de Anchieta, que será realizada nesta quinta-feira (24) em Roma.
Pelos cinco dias que estarão em missão oficial fora do país, os senadores vão receber R$ 9 mil em diárias --R$ 4,5 mil cada um. As passagens também são custeadas pela Casa, que não divulgou os valores. O pagamento de diárias é regulamentado por lei para congressistas e servidores públicos em missões oficiais.
Ato do Senado aprovado em 2010 fixou em US$ 416 a diária recebida pelos senadores em missões oficiais para países fora da América do Sul. É o maior valor pago pela instituição em missões em que congressistas ou servidores representam o Senado.Ferraço é presidente da Comissão de Relações Exteriores da Casa. Os dois viajaram para a Itália hoje e só retornam ao Brasil no domingo, com autorização do Congresso para a missão oficial.
O vice-presidente Michel Temer vai representar o governo brasileiro na cerimônia de Anchieta, mas retorna ao Brasil na sexta-feira --ao contrário de Renan, que fica na Itália até o domingo.O Senado não confirmou se Renan vai participar da cerimônia de canonização dos papas João Paulo 2º e João 23, marcada para o dia 27 no Vaticano. No requerimento aprovado pela Casa que autoriza a ausência de Renan, só há menção ao compromisso referente à canonização de Anchieta.
O senador não participou da votação do projeto do Marco Civil da Internet ontem, nem da sessão plenária de hoje do Senado que aprovou uma série de projetos. Por estarem em missão oficial, Renan e Ferraço não têm cortes nos salários porque as ausências são justificadas.
A missa para celebrar a nomeação de Anchieta será celebrada amanhã pelo papa Francisco na Igreja de Santo Inácio de Loyola, em Roma.
Anchieta foi canonizado no início de abril, mas o Vaticano marcou para esta semana a cerimônia religiosa em Roma. Terceiro santo do Brasil, ele passa a se chamar São José de Anchieta. Considerado "apóstolo do Brasil", o jesuíta foi declarado pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) padroeiro dos catequistas.