A vitória do senador José Sarney (PMDB-AP) na eleição para a presidência do Senado traz de volta à cena política o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que se manteve afastado das articulações partidárias desde que deixou a presidência da Casa, no fim de 2007, envolvido no escândalo deflagrado por sua ex-amante Mônica Veloso.
Segundo acusações, uma empreiteira ligada a Renan que supostamente seria favorecida pelo senador em suas atividades parlamentares pagava a pensão da filha do senador com Mônica. O caso foi o primeiro de uma série de denúncias de corrupção que o levou a responder a cinco processos no Conselho de Ética da Casa, em 2007, por suposta quebra de decoro parlamentar. Renan se livrou, no Senado, de todas as acusações.
Principal articulador
A eleição de Sarney foi a volta por cima de Renan. Principal articulador da candidatura de Sarney, o senador alagoano conseguiu reunir votos favoráveis ao peemedebista acima do número inicialmente esperado pelo grupo pró-Sarney. Renan negociou a candidatura do colega de partido desde o fim do ano passado, antes de Sarney lançar seu nome oficialmente na disputa.
Renan fortaleceu-se politicamente depois da ampla vantagem no placar da vitória de Sarney: 49 votos para a presidência do Senado contra 32 recebidos pelo senador Tião Viana (PT-AC). As articulações pró-Sarney renderam a Renan a indicação para assumir a liderança do PMDB no Senado em substituição ao senador Valdir Raupp (PMDB-RO), que deixa o cargo.