Depois de guardar por dias sua decisão de votar no julgamento de Dilma Rousseff, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu votar a favor do impeachment por realinhamento com Michel Temer e para evitar “desconfianças” na relação que terá daqui para frente com o novo presidente do país.
A decisão pelo voto foi fechada no fim da tarde de terça-feira (30), depois de Renan construir uma narrativa para justificar a saída de uma posição de neutralidade para a escolha de um lado.
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Leia a matéria completaPara Renan, mais importante a partir de agora é dar uma demonstração de unidade e de que ele será parceiro de Temer na votação dos projetos de ajuste e das reformas.
“O voto do Renan é um sinal de que ele está disposto a ajudar e para não eternizar a desconfiança que todos olham a relação dele com Temer”, disse um aliado do peemedebista.
Nos últimos dias, Renan passou a ajudar ativamente Temer na busca de votos a favor do impeachment, levando até ele senadores que se diziam indecisos. No Palácio do Planalto, o voto não foi uma surpresa e já estava contabilizado.
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Leia a matéria completaA relação entre Temer e Renan sempre foi de altos e baixos e de algumas brigas públicas. Em vários momentos, Renan se posicionou ao lado de Dilma. Uma dessas situações foi as críticas que fez à carta enviada por Temer à então presidente se queixando de não ter uma atuação no governo.
No fim da tarde desta quarta-feira (31), Renan embarca com Temer para a China. Antes, convocou sessão do Senado para votar o aumento dos salários dos ministros do STF.
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