Um grupo de vereadores da Câmara de Curitiba promete protocolar hoje uma representação contra a vereadora Renata Bueno (PPS), que classificou os vereadores como "bando de gentalha", em nota publicada na Gazeta do Povo. O grupo ainda está colhendo assinaturas, mas estima que cerca de 30 dos 38 parlamentares devam assinar. Além disso, a Associação dos Servidores da Câmara Municipal de Curitiba (ASCMC) apresentou ontem uma moção de repúdio à vereadora, pedindo retratação pelas declarações.
A polêmica começou na sessão de anteontem. Renata apresentou um pedido para justificar suas faltas no período entre 31 de outubro e 14 de novembro. Nesse período, a vereadora deve viajar à Itália para realizar atividades de seu doutorado na Universidade de Roma. Ela alega que, como seu doutorado é um estudo sobre a legislação de Curitiba, isso é um trabalho que ela realiza como vereadora, e não uma atividade de cunho pessoal. Esse, entretanto, não foi o entendimento dos outros vereadores, que rejeitaram o pedido.
Em entrevista à Gazeta do Povo, a vereadora declarou que suas atividades fora da Câmara eram muito mais produtivas do que "aguentar esse bando de gentalha". O comentário não foi bem recebido por vereadores e funcionários da Casa, que se sentiram ofendidos pela declaração. Os parlamentares qualificaram as declarações como elitistas e disseram, na sessão de ontem, que Renata se acha mais importante que os outros vereadores.
Mais tarde, novamente em entrevista à Gazeta do Povo, a vereadora frisou que as críticas não foram feitas ao conjunto de vereadores e nem aos funcionários, e sim a uma "meia-dúzia que incomoda demais". Nesse grupo, Renata destacou o presidente da Câmara, João Cláudio Derosso (PSDB), Algaci Túlio (PMDB) e Jair Cezar (PSDB). "Eles querem atrapalhar o trabalho dos outros porque não podem ver ninguém em destaque", disse. Apresentada a representação, ela segue para o corregedor da Casa, o vereador Roberto Hinça (PDT), que deve encaminhar o processo ao Conselho de Ética.
Repúdio
A ASCMC distribuiu uma nota repudiando as declarações de Renata. No comunicado, a entidade diz que a vereadora "de forma indireta, inclui em tal qualificação, os servidores desta Casa [Câmara de Curitiba] que contribuem para o desempenho das atividades legislativas daqueles que cumprem mandato eletivo", e pediu retratação da parlamentar.
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