Duque foi preso após a Polícia Federal flagrar a tentativa do executivo de ocultar patrimônio não declarado na Suíça| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Os advogados do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, acusado de lavagem de dinheiro e corrupção em ações penais da Operação Lava Jato, pediram à Justiça Federal acesso aos áudios e as imagens das delações premiadas do doleiro Alberto Youssef, do ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, do ex-gerente de Engenharia da companhia Pedro Barusco, do executivo Augusto Mendonça, acionista da Toyo Setal, e do lobista Julio Camargo.

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“Vale dizer que as delações premiadas, nas quais o Ministério Público se fundou para formular a denúncia, foram filmadas, na forma da Lei. Às defesas, porém, apenas disponibilizados os depoimentos reduzidos a termo, não as imagens”, afirmam os advogados Alexandre Lopes e Renato Moraes, que subscrevem a resposta à acusação.

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Apontado como elo do PT no esquema de pagamento de propinas na estatal petrolífera, Duque foi preso após a Polícia Federal flagrar a tentativa do executivo de ocultar patrimônio não declarado na Suíça por meio, por exemplo, da transferência de 20 milhões de euros para uma conta no Principado de Mônaco.

Na resposta à acusação, enviada à Justiça, no início de abril, a defesa de Renato Duque negou que ele tenha recebido propinas, afirmou que o ex-diretor “jamais praticou e deixou de praticar ato de ofício, mediante solicitação ou recebimento de vantagem indevida”, “jamais interferiu nos procedimentos licitatórios da Petrobras para beneficiar empresas concorrentes” e “nunca integrou quadrilha ou bando, sendo que sequer conhece alguns dos denunciados”.

“Se a Polícia Federal e o Ministério Público acompanharam os depoimentos e a tudo tiveram acesso, preteritamente, pela paridade de armas, mostra-se indispensável que a defesa também possa tê-lo, até mesmo para apresentação desta resposta e refutar as delações citadas”, aponta a defesa.

Esta é a primeira ação a que Renato Duque responde. Além do ex-diretor, foram denunciados o doleiro Alberto Youssef, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, o ex-gerente da estatal petrolífera Pedro Barusco, ex-braço direito de Renato Duque, os lobistas Adir Assad, Julio Camargo, Mario Goes e seu filho Lucélio Goes, os executivos Augusto Mendonça, acionista da Toyo Setal, Alberto Vilaça, Ângelo Mendes, Francisco Perdigão, José Diniz, José Resende, Rogério Cunha, Vicente Carvalho e Sérgio Mendes, todos da empreiteira Mendes Júnior, Agenor Medeiros, José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, Luiz Almeida, Marcus Teixeira, Mateus Coutinho e Renato Siqueira, todos da OAS, e os auxiliares de Adir Assad, Sônia Branco e Dario Teixeira.