O ex-diretor da Petrobras Renato Duque, na superintendência da Polícia Federal em Curitiba| Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo

Diretor tinha "semanada" de R$ 50 mil, diz depoente

O delator Pedro Barusco, ex-gerente da diretoria de Serviços da Petrobras, ​afirmou em delação premiada que seu ex-chefe, o então diretor de Serviços Renato Duque, pedia que Barusco lhe entregasse semanalmente R$ 50 mil em dinheiro de propina cobrada em contratos com a Petrobras e que continuou a recebê-las, em conta no exterior, mesmo depois de ter deixado o posto, em 2012.

Barusco afirmou ainda que Duque não precisava exigir dos empresários o pagamento de propina, pois ele era endêmico na Petrobras e "fazia parte da relação".

Barusco confirmou que recebeu propina da Odebrecht e holandesa SBM em contas no exterior. Ele admitiu que o recurso ilícito era pago desde 1997 em bancos da Suiça e do Panamá. Entre os operadores que negociaram diretamente propina com o ex-funcionário da estatal estão Julio Faerman e Mario Goes.

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O ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco afirmou em sua delação premiada que o ex-diretor de Serviço Renato Duque - acusado de arrecadar propina para o PT no esquema de corrupção na estatal petrolífera desbaratado pela Operação Lava Jato - pediu ao representante da multinacional SBM Julio Faerman a quantia de US$ 300 mil a título de "reforço de campanha durante as eleições de 2010".

PT recebeu até US$ 200 milhões em propina, diz delator

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"Provavelmente atendendo pedido de João Vaccari Neto, o que foi contabilizado à época como pagamento destinado ao Partido dos Trabalhadores", afirmou Barusco, sobre os pagamentos de propina da SBM, empresa envolvida no mais emblemático escândalo da Petrobras - a compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

Braço direito do ex-diretor de Serviços - nome indicado pelo PT na Petrobrás -, Barusco afirmou que recebeu entre 1998 e 2010 US$ 22 milhões em propina por conta de contratos entre a Petrobras e a SBM. O delator detalhou as contas por onde esse dinheiro passou, sendo guardado na Suíça.

O delator apontou que a SBM pagou propina em contrato de plataforma do pré-sal. "No ano de 2007 foi firmado contrato entre a SBM e a Petrobras para fornecimento de um FPSO chamado P-57, cujo valor do contrato foi de R$ 1,25 bilhão, período em que já ocupava o cargo de gerente-executivo de Engenharia, tendo recebido 1% sobre o valor do contrato a titulo de propina, paga por Julio Faerman período 2007 até outubro de 2010."