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| Foto: Reni Pereira/ CR

Sanear as contas municipais e controlar a dengue são tarefas que estão na lista de prioridades do prefeito eleito de Foz do Iguaçu, Reni Pereira (PSB). Ele assume o Executivo municipal na terça-feira com o desafio de manter a cidade no topo do Índice Nacional de Educação Básica (Ideb) e com os bons resultados alcançados pelo setor turístico nos últimos anos. Nesta entrevista à Gazeta do Povo, o prefeito eleito fala sobre os planos de sua gestão.

Diante do relatório feito pela equipe de transição, qual será o principal desafio para o início do governo?

O principal desafio será sanear e colocar o orçamento do município em condições de investimento. A capacidade de investimento, que acredito não ser exclusiva de Foz do Iguaçu, é praticamente zero. Há também benefícios concedidos ‘no apagar das luzes’ difíceis de ser cancelados.

A Lei de Responsabilidade Fiscal não se aplica a essas situações?

A Lei de Responsabilidade Fiscal veio justamente para garantir que a política pública não sofra nenhum revés de continuidade em virtude de ações que sejam tomadas antes de mudar um governo. Mas, infelizmente, o dispositivo de não poder criar despesas novas nos dois últimos quadrimestres não foi cumprido em Foz do Iguaçu. E o que é pior, além de não ter sido cumprido, muitas vezes por pequenos deslizes, parece que há uma intenção nítida de aprofundar ainda mais a concessão e contratação dessas despesas que certamente vão gerar um grande desconforto de natureza legal. Algumas delas não poderão ser pagas porque a lei não permite. Há também outros benefícios de natureza pessoal prometidos aos servidores. Assume-se o papel de bonzinho na fotografia e passa-se a obrigação de pagar para o ano que vem. Temos alguns eventos, como é o caso do X-Games, de envergadura nacional, no qual todas as despesas estão sendo passadas para próxima administração.

Há estimativa da dívida que será herdada?

A dívida, a médio e longo prazo, está na casa de R$ 115 milhões a 120 milhões. A médio e curto prazo chega a cerca de R$ 60 milhões. Nós vamos ter muita calma e não vamos fazer nada que a lei não prevê. A lei determina que eu não pague nenhum empenho se não tiver dinheiro em caixa. Todos que têm contrato com a prefeitura ou despesas a receber terão que receber este ano ou o prefeito terá que deixar dinheiro em caixa para que eu pague no ano que vem.

Além das finanças, há alguma ou­­­­­­­tra preo­­­­­­cupação?

A questão da dengue. Foz do Iguaçu é apontada como um dos prováveis locais onde ocorrerá uma epidemia. Nós já temos no Paraguai quase 70 mortes e mais de 35 mil pessoas com sintomas e nós teremos que fazer um grande empenho que poderia ser feito agora.

Na área da educação, um dos desafios da gestão do senhor é manter o nível do Ideb. Como será a política para o setor?

Não adianta dizer que todas as escolas são iguais. O que me chamou atenção na escola comandada pela secretária que indiquei para a Educação, a Shirlei de Carvalho, é que o conteúdo humano foi o mais importante. É uma escola que não tem biblioteca, quadra de esporte e piscina. Mas há muita força de vontade dos professores, alunos e pais de alunos. É isso que acreditamos que a secretária irá levar a todas as escolas. A prioridade será da educação e não a vaidade de inaugurar novas escolas.

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