A Câmara Legislativa do Distrito Federal leu por volta das 17h30 desta terça-feira (23) a carta de renúncia do governador interino, Paulo Octávio, ao cargo de vice-governador. Ele tomou a decisão por não conseguir apoio político dos deputados distritais para governar.
Mais cedo, ele encaminhou ao DEM sua desfiliação ao partido o que o deixa sem partido para concorrer nas próximas eleições.
"Deixo o governo, saio da cena política e me incorporo à cidadania", disse Paulo Octávio em sua carta de renúncia.
A publicação do pedido de renúncia será feita no Diário da Câmara no dia seguinte. Com isso, o presidente da Câmara, Wilson Lima (PR), passará à condição de governador em exercício. Ele fica no cargo enquanto durar o afastamento do governador José Roberto Arruda, que está preso, ou em caso de intervenção federal no Distrito Federal. Não há uma solenidade para a posse.
Aliado de primeira hora de Arruda, Wilson Lima deve já foi vendedor de picolés, frentista, mecânico, lanterneiro, pintor, balconista e cobrador de ônibus. Também foi sócio de uma rede de supermercados. Está no terceiro mandato.
Na semana passada, Paulo Octávio já tinha "ensaiado" um pedido de renúncia. Ele chegou a convocar a imprensa para anunciar sua decisão, mas voltou atrás,apesar de dizer que já tinha sua carta de renúncia pronta. Com sua saída, o cargo deve ser ocupado pelo presidente da Câmara, Wilson Lima (PR).
Paulo Octávio ocupava o cargo havia quase duas semanas, em substituição ao governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), afastado e preso por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por tentar subornar uma testemunha do suposto esquema de corrupção no governo do Distrito Federal.
Arruda, Octávio, deputados distritais, integrantes do governo e empresários são investigados por envolvimento com o suposto esquema de corrupção, que ficou conhecido como "mensalão do DEM de Brasília". De acordo com as investigações, Arruda seria o comandante do esquema, o que ele nega.
Intervenção
Apesar do pedido de renúncia, o Distrito Federal corre o risco de sofrer uma intervenção federal. Um pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) deve ser analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em data ainda não marcada.
O pedido da PGR vale tanto para o poder Executivo quanto para o Legislativo. Segundo o procurador-geral, Roberto Gurgel, as instituições políticas do Distrito Federal entraram em "falência", o que justificaria a intervenção.
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